terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Dezembro: O prazer de estar junto


Estar junto e fazer parte de um grupo é mais que um prazer é uma sensação de acolhimento, de bem-estar de perceber-se adaptado e integrado aos pares. Nesse sentido faz valer os pensamentos: “Ninguém é feliz sozinho”, “Todo mundo precisa de todo mundo” ou ainda “Um ser humano precisa de outro para sobreviver” tais pensamentos são pertinentes, diria então verdades irrefutáveis. Incrível é a capacidade humana de participar de vários grupos simultâneos ao longo da vida, são eles: a família, a escola – depois faculdade – igreja, trabalho, clubes... Enfim uma infinidade de grupos. Acredita-se que quanto mais o sujeito está integrado nos grupos mais satisfação terá em viver. Os limites de agrupamento hoje não se limitam mais ao campo real/físico, vão além e alcançaram o universo on-line. Com a informática surgiram os grupos virtuais e os sites de relacionamentos do tipo Orkut e similares. Há também as comunidades intelectuais e científicas de pesquisas em rede, sem falar no fenômeno dos blogs com as comunidades de seguidores. Não há mais desculpas para a solidão e estar junto não é apenas uma oportunidade física é também virtual. E como é bom estarmos integrados e conectados! Nesse ano de 2009 no Blog Pedro Manoel... Estivemos integrados com vários companheiros/colaboradores e outros tantos companheiros/leitores. Atualmente contamos com cinco seguidores, quatro conhecidos (bons amigos) e mais um que ainda não conhecemos pessoalmente, isso é fantástico! Estar integrado com quem não se conhece quem um dia imaginaria? O Blog conta também com os comentadores “oficiais” - que participam ativamente - a esses dedico um forte abraço de gratidão. E aos leitores assíduos, não menos importantes, dedico meu carinho e minha gratidão. Obrigados a todos que diretamente elogiam nossos textos e também aos quem os criticam, afinal não buscamos a unanimidade, a discussão é o mais importante! Muito obrigado mesmo a todos vocês que fazem o blog!
Grande abraço
Pedro Manoel

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dezembro: Noite de Natal X Solidão


Certa feita na noite de Natal uma criança esperou silenciosamente pelo presente de papai Noel. O bom velhinho não veio então a criança descobriu que ele não passava de uma historia infantil, o sonho se desfez, o ídolo morreu. Naquela mesma noite a criança escutou: o mais importante na vida é ter uma família. Hoje a criança - já não é mais criança - aprendeu: o mais importante é ter uma família seja qual for o tamanho, o formato, as crenças e as desavenças.
Feliz Família, Feliz Natal.
Pedro Manoel

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dezembro: “Confraternizações”


Curioso como a palavra confraternização aparece com mais freqüência nas festas e comemorações de final de ano. Nesse contexto, vale a pena lembrar e separar as diferenças entre os termos confraternizar e festejar. O primeiro se refere aos sentimentos fraternais que une os envolvidos, já o segundo está relacionado a comemorar, desopilar, extravasar mesmo. Isto não quer dizer que um exclua o outro. Mas quanto às confraternizações no trabalho? Esse é um assunto de certa forma delicado, que merece atenção e do qual o bom senso é decisivo para o bom convívio com o chefe e os colegas durante todo o ano que virá. Desta forma, de início é bom esclarecer que esse tipo de “confraternização” não é uma opção, faz parte do trabalho e, portanto deve ser encarada como uma atividade extensiva. E sendo assim, as regras de relacionamento e de comportamento valem como se estivesse em um dia normal de expediente. Por conseguinte, chegar pontualmente, se vestir corretamente, comer e beber moderadamente são itens básicos a serem observados de perto. No caso das festas é preciso cuidado redobrado com o consumo de bebidas alcoólicas, nada de sair bebendo para se embriagar e desencadear comportamentos que possa se arrepender tais como: dançar na boca da garrafa (caso extremo), tentar se declarar para aquela paixão retraída ou ainda desabafar do tipo “lavar a roupa suja” com aquele colega chato que tenta puxar o tapete durante o ano todo. Para o caso de confraternizações do tipo reuniões intimistas nas quais, cada membro tem a oportunidade de falar - expor os votos de felicidades claro! - nada de aproveitar o momento para falar mal ou criticar a empresa, muito menos pedir alguma promoção. É preciso entender que a ocasião é de descontração e de “possível confraternização” não de pleitos. Enfim... Bom senso e educação são itens básicos para todo tipo de ocasião. Boas confraternizações!
Pedro Manoel

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Dezembro: “Amigo Secreto”


Toda festa de final de ano - que se preze - faz o famoso Amigo Secreto, já é uma tradição. Trata-se de uma “brincadeira inocente” marcada pela surpresa de quem tirou quem, bem como, a surpresa propriamente dita: o presente, lógico! Nas empresas a brincadeira “começa já na hora do sorteio do Amigo Secreto: todos ficam com receio de tirar aquele colega que não tem nenhuma afinidade, aquele chefe que não foi muito legal o ano inteiro ou mesmo a colega que só gosta de presentes caros”. Bem... Mas quanto à surpresa? Como se sabe nem toda surpresa é necessariamente boa e isso vale principalmente para o Amigo Secreto, e como vale! Com certa experiência já vi e vivi muita coisa em relação ao tema, pois é: vi rapazes, ganharem roupa íntima feminina, artigos de cozinha (poncheira plástica rosa), perfume feminino usado, travesseiros de R$ 1,99... Vi mulheres ganharem utensílios domésticos, agendas rabiscadas, meias masculinas pretas... Ah! vi também gente que não ganhou nada devido ao “esquecimento” do Amigo Secreto, mui amigo não é mesmo? E por ai vai. Constrangedor e ao mesmo tempo engraçado é ver as caras de desânimo misturada com decepção dos “ganhadores”, sem falar do clima que fica durante a festa pós troca dos presentes. Aproveitando a oportunidade: suplico aos organizadores dos Amigos Secretos que deixem para o final da festa o referido evento! E quanto aos discursos e descrições das características do Amigo Secreto? Lembro de certa vez numa confraternização um "Amigo" descreveu o parceiro da seguinte forma: “Fulano é uma pessoa difícil, muito difícil, mas no fundo no fundo, lá no fundo mesmo é uma pessoa boa, meu Amigo Secreto é... ” Bem... Não precisa pensar muito para imaginar como o clima da festa ficou após tal declaração. Bom Amigo Secreto!
Pedro Manoel

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Dezembro: “Caixinhas” de Natal


Então chegou dezembro e para aproveitar a ocasião vamos falar durante o mês de coisas bem peculiares desse período, falar de coisas legais e de outras nem tanto assim. Dezembro é mais que um simples mês: É uma época. E sendo assim lembro – não faz tanto tempo - de quando chegava dezembro logo se via as decorações da época natalina nas casas e lojas do comércio. Era, portanto o clima de Natal no ar com aquelas luzes coloridas piscando por todos os lados, mas quando o mês acabava ficava com saudades. Hoje em dia mal acaba o mês de outubro as lojas já estão todas decoradas e ainda por cima disputando nas alturas os jingles de Natal, e quando chega dezembro ninguém mais agüenta tanta poluição sonora e visual dos temas natalinos misturados aos apelos vorazes do comércio. E por falar em comércio... O que dizer da “explosão” das irritantes caixinhas de Natal? Para onde se vai lá estão elas bem coloridas e chamativas colocadas em locais estratégicos bem ao alcance da visão dos consumidores. E haja caixinha! Tem caixinha na padaria, na farmácia, no fiteiro, na carrocinha do cachorro-quente e até no táxi! Esse último opera na bandeira dois durante todo o mês de dezembro, isto é, a caixinha já está embutida na conta! Outro dia estava numa loja bem movimentada e a toda hora só se ouvia os gritos: Caixinhaaaaaaaaa! E todos os vendedores da loja respondiam obrigadoooooooooooooo! A fila para pagar era grande e todos que aguardavam sua vez colocavam alguma quantia na caixinha – que de pequena não tinha nada – e para piorar a situação da fila que já era grande o barulho era quase insurpotável. Quando chegou a minha vez de pagar não coloquei nada na caixinha; e com isso, senti o peso dos olhares e o silêncio no ambiente (sem paranóia). Diante do ocorrido peguei os meus produtos e sai da loja meio constrangido diante dos olhares reprovadores de alguns vendedores ávidos pelas famigeradas caixinhas! Desabafo: Nada contra as gratificações, pelo contrário, gratificar é uma das formas mais concretas de agradecer, só acho que tem que ser natural e espontâneo nada que seja incisivo ou impositivo. Enfim... Caixinhas a parte chegou dezembro cantemos: “Então é Natal (Inclusive das caixinhas) e o que você fez?...” Durante o ano todo para receber...
Pedro Manoel


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rótulos rotos


Não se sabe ao certo a origem exata dos rótulos, isto é, aquelas tarjas tão comuns afixadas nos produtos das prateleiras dos supermercados. Além dos nomes dos produtos os rótulos trazem também informações de sua composição. Nada mais comum hoje em dia consultarmos os rótulos antes das compras. Mas o que diríamos dos rótulos humanos? Isso mesmo! Rótulos atribuídos por terceiros a revelia do rotulado. Incrível que a prática da rotulação virou uma espécie de estrutura padronizada. E mais curioso ainda é que há “especialistas” em rotular os outros e atribuir características conforme lhe apraz. Tem gente que só se refere ao semelhante com algum termo jocoso, exemplo: fulano O gordo, beltrano O lerdo, cicrano O gay... Inacreditável que muitas vezes os rótulos passam a tomar o espaço da própria identidade do sujeito. Mas quanto aos rotuladores? Ao que parece demonstram ser pessoas altamente inseguras e julgadoras natas incomodadas com as características alheias. Não se sabe ao certo o DNA moral desses tipos, o que se sabe segundo a psicóloga Beatriz Varella “são dotados de um tipo de inveja que esconde o desejo de ter as qualidades internas – ou externas – do outro e passa a criticá-las assim que as percebe”. Caberia então outro questionamento: por que tanta necessidade em julgar, criando rápidos e precipitados pensamentos a respeito dos outros? Certamente o esquecimento de auto-análise e observação de si mesmo seria a razão primeira, enfim, cada caso é um caso. Estamos em crise moral e ética em que é mais fácil olhar o outro e criticá-lo do que se colocar no lugar dele. Uma coisa é certa, julgar não faz bem para ninguém! O ponto de partida de mudança é admitir que isso não traz nenhum beneficio!
Pedro Manoel

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

“Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda...” Nem todo negro é macumbeiro


Gosto muito do verso “... Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda...” da música Pagu da cantora e compositora Rita Lee. No dia da Consciência Negra diante a temática do preconceito estabelecido nos versos acima caberia perfeitamente na música o acréscimo: Nem todo negro é “macumbeiro”. A música de Lee fala dos preconceitos arraigados no imaginário. E nesse dia, tão especial, percebeu-se que a temática do negro no Brasil ainda continua diretamente vinculada com a questão religiosa. Todos os anos os principais debates, inclusive nas universidades, recorrem ao tema das religiões de matriz africana. Não se configura aqui uma crítica a abordagem do assunto, pelo contrário, apenas em nível de sugestão há questões mais urgentes a serem discutidas. Por exemplo: sistema de cotas nas universidades públicas, violência, discriminação e justiça, sistema de saúde pública e etnia... Afinal estamos em época de sucessão presidencial, o momento mais adequado para conquistas dos direitos no Brasil. Ambiguamente o esvaziamento nas discussões dos problemas enfraquece os movimentos políticos e sociais de base. Hoje a população negra poderia ser uma força política considerável e decisiva. Segundo o último Censo brasileiro já somam 50% a população de negros e pardos no Brasil – pelo menos os declarados como tal – e os números não param de crescer. No entanto, ainda permanecem problemas sociais subjugados as minorias. Nesse cenário de descaso está a saúde publica com os postos de saúde sucateados e profissionais de saúde despreparados para detectar e atender as doenças específicas dos negros tais como: a anemia falciforme, doenças coronárias em mulheres negras, doenças de pele... E por aí vai. Incrível que em certos aspectos a igualdade de tratamento não favorece a todos. E quanto ao racismo e a violência já viraram rotina, sem falar da impunidade e lerdeza da justiça. São muitos os pontos a serem conscientemente discutidos no dia da Consciência Negra. Enfim, é sempre bom lembrar que o dia não combina apenas com o festejar, mas também com o Lutar. Infelizmente o dia marca a morte do guerreiro Zumbi que não titubeou em dar a própria vida pelo ideal de liberdade. E assim... Salve Zumbi! “Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda...” Nem todo negro é só macumbeiro.
Pedro Manoel

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

E por falar em humor... Vai mau?


Você já verificou o seu estado de humor hoje? É sempre bom se autoquestionar a esse respeito, principalmente no ambiente de trabalho, pois ninguém agüenta um colega mal humorado. Por mais competente que seja o sujeito, o mau humor acaba se sobrepondo a competência. Em muitos casos é preferível trabalhar com pessoas menos capacitadas - mas bem dispostas - a ter de suportar as intempéries do humor alheio. Quem não já se deparou com aqueles tipos que chegam ao trabalho reclamando de tudo? Sem falar do aspecto carrancudo, antipático e muitas vezes mal educado mesmo! O principal prejuízo dos mal humorados as empresas é o distanciamento natural dos colegas a esses sujeitos que acabam ficando meio “escanteados”. Não é preciso muita investigação para entender a questão, a equação é simples: mau humor não combina com comunicação, que não combina com eficiência, que não combina com satisfação no trabalho. O problema passa a ser mais sério quando o estado de ânimo negativo de alguns começa a “contaminar” outros membros da equipe. Ai não tem jeito é preciso uma intervenção institucional urgente na situação. O que por sua vez não é nada fácil, pois o bom humor não é apenas uma decisão institucional, mas principalmente pessoal, uma nova forma de pensar e agir. Nas organizações que os membros são a favor da qualidade de vida precisam aderir a cultura do menor stress – já que não é possível eliminar – e tratar os problemas com seriedade mas sem calamidade! Ter atitudes pró-ativas sem a necessidade de expor e culpados e queimá-los na implacável “fogueira” da culpa. Não dá para mudar paradigmas institucionais arraigados do dia para noite, mas pode se mudar os próprios paradigmas. Afinal qualidade de vida no trabalho, apesar de dar trabalho, deve ser um projeto coletivo que englobe todos os envolvidos com bom humor, um esforço construído diariamente focado nos objetivos. Uma coisa é certa vale a pena tentar. Bom humor para todos.
Pedro Manoel

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Vida: lixo X meio ambiente, uma questão delicada


O lixo doméstico deixou de ser apenas uma simples atividade de depósito em lixeiras para ser uma questão importante de sobrevivência planetária. Não obstante certos temas, apesar de importantes, ainda causam resistência a um amplo debate, um desses é a questão do lixo. Inversamente contrário à resistência de alguns ao tema nunca se falou tanto a respeito, inclusive as autoridades governamentais. O despertar do interesse não é um simples acaso, diria que se originou justamente do descaso e negligência no tratamento dos dejetos. Parece que “de repente” descobriu-se que o lixo e seus desdobramentos estão interligados com fatores que atinge diretamente o bem estar da população. O problema dos resíduos produzidos pelo homem não é novo, mas vem se agravando nos últimos tempos com o crescente consumo frívolo e desenfreado aliado à falta de políticas públicas sérias, além da ausência de consciência e educação da população. Os danos sofridos pelo meio ambiente decorrentes do lixo não é mais um simples alerta da natureza é na verdade um pedido desesperado de socorro planetário. Infelizmente, as iniciativas governamentais de tratamento eficaz do lixo são incipientes, cabem apenas as prefeituras a responsabilidade pelo tratamento dos resíduos, ficando isentas do problema as esferas estadual e federal. Já na iniciativa privada destacam-se os poucos ativistas ambientais que elegem a prática da reciclagem como solução viável do problema, e assim propagam-se ingênuas lixeiras coloridas para coleta, seleção e posterior reciclagem dos materiais. No entanto, reciclar é apenas uma das alternativas para o lixo, mas não é de longe a solução. Na reciclagem alguns tipos de materiais acabam deixando resíduos, ou seja, lixo. Sem falar que há materiais que não podem ser reciclados é o caso dos radioativos, hospitalares e tóxicos. A solução viável para o lixo seria diminuir sua produção na origem e responsabilizar legalmente os seus produtores, isto é, os meios produtivos. Nesse caso, as indústrias (produtoras de lixo) passariam a fabricar produtos apenas com embalagens recicláveis ou biodegradáveis e os materiais que não podem ser reciclados seriam devolvidos as fábricas tais como são atualmente as baterias de celulares. Isso de fato diminuiria consideravelmente a produção de lixo. Para as práticas individuais quem sabe talvez, rever certos hábitos modernos da sociedade e abolir os produtos que utilizam as famigeradas embalagens PET, os descartáveis, as sacolas plásticas... Uma coisa é certa, não dá mais para fugir ao debate da questão do lixo no meio ambiente. A Terra está agonizando é preciso aprendermos novas posturas para uma nova consciência de preservação da vida.
Pedro Manoel

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

“Ritualizar” a dor ?!!



Durante uma existência se acumula muitas perdas. Na verdade se observarmos de perto mais se perde do que se ganha. Contrariamente a essa sentença não se aprende direito, muito menos com eficácia, a perder e a encarar o fato como natural de um processo de amadurecimento do ser. Na tentativa desesperada de se livrar dos sofrimentos e das perdas lança-se mão do artifício primeiro : o da fuga como forma de alívio imediato. Inevitavelmente a realidade sempre acaba por revelar, mesmo que aos poucos, a dor que tanto insistimos em esconder, afinal não se está preparado para perder. Quando o fim chega traz com ele a inevitável tomada de posicionamento para um novo começo que por sua vez, vem acompanhado de mais sofrimento e do desafio de passar dessa fase com saldo positivo e crescimento emocional. Uma saída é encarar a realidade começando pelo do rito de passagem. Isto é, celebrar conscientemente o rompimento de uma situação e seguir em direção a outra mesmo que desconhecida. Os ritos são marcados pela total retirada dos símbolos que lembram a fase anterior, tais como fotos, mobílias, roupas e alianças, essas geralmente são as últimas e também a mais difícil. È necessário se desfazer de sentimentos, crenças, palavras e juras de eternidade. Por exemplo, começar substituindo o “Até que a morte nos separe...” por até que o amor acabe. A morte nesses casos não precisa ser a morte física, mas a do sentimento que acabou e que não mais existe. Lembrar que tudo tem um início, meio e fim e que para cada um é aconselhável “ritualizar”. Bons ritos .
Pedro Manoel

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Essa tal procrastinação...


“Por favor, senhora estamos fechando... O que? Ainda são 9h e 26min e eu ainda tenho que ler essa página inteira só saio da cadeira às 9h e 30min quando fechar!” O diálogo ocorre numa biblioteca em plena semana de provas. A personagem principal é uma aluna que está estudando praticamente na hora dos testes e é um exemplo clássico de procrastinação. Mas o que é essa tal procrastinação? Trata-se do ato de postergar, adiar, prolongar em demasiado a realização de uma determinada tarefa ou obrigação. Com a atual sociedade agitada e de um ritmo cada vez mais acelerado surgem, assim como a aluna, um número crescente de procrastinadores. E ainda há quem diga que o brasileiro tem essa famigerada fama de procrastinador. Bem, um dos exemplos que a justifica foi a último ajuste anual do imposto de renda, a menos de dez dias para o término do prazo de entrega das declarações apenas vinte por cento dos brasileiros haviam ajustado as contas como o “Leão”. A situação pode piorar quando além de procrastinar há negligencia de fato, o que resulta na perda de prazos, dinheiro e credibilidade perante a sociedade. Nas empresas os casos de procrastinação são mais complicados e praticamente inevitáveis devido às crescentes exigências por superação de resultados e as listas de prioridades que não param de chegar! Logo, o ambiente de trabalho torna-se um campo fértil para postergar e conseqüentemente acometimento do estresse laboral. Diante de tantos danos por que se procrastina tanto? Simples, o ser humano tende a fugir das tarefas menos prazerosas e elege como prioridade fazer aquilo de que se gosta, ou pelo menos aquilo que dá menos trabalho. Desta forma, a busca do prazer acaba negligenciando as tarefas menos atrativas. Curiosamente, há quem “prefere” fazer tudo de última hora, e ainda justifica alegando gerar “uma certa adrenalina” que “apimenta” a rotina. Tais atitudes fazem parte de um perfil arrojado que confia na sorte de que tudo acaba bem no final, mas e se não acabar? Se no final der algo errado, não haverá tempo para concertos. Há também os procrastinadores sentimentais, aqueles que arrastam relacionamentos falidos há tempos, mas não tomam nenhuma decisão, pois acreditam que o não decidir as absorvem das responsabilidades da decisão e com isso “empurram a vida com a barriga”. Procrastinar é uma decisão pessoal de espera, assim como, o agir é uma questão de assumir responsabilidades e de saber que independente dos resultados se está no comando. Ninguém é mais capaz do que nós mesmos de cuidar da própria vida, pois nem sempre “esperar é saber”.
Pedro Manoel

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Perfídia...


E por falar em perfídias... Coincidências existem e existem mesmo! Esses dias curiosamente alguns amigos falavam, em momentos distintos, de relacionamentos amorosos e recorriam ao tema traição. Assunto tão delicado que insiste em percorrer a história da humanidade. Foi aí que se chegou à questão da traição induzida. Explico, trata-se daquela a traição na qual o individuo é colocado em situação de teste para confirmação de uma desconfiança atroz. Não é uma atitude das mais dignas, diria até criminosa. É um jogo perigoso e sem vencedores, pois o manipulador é tão culpado quanto o testado. Infelizmente em algum momento muitos acabam fazendo os execráveis testes, não só no campo amoroso, mas, nos diversos tipos de relacionamentos. Por exemplo: patrões que deixam dinheiro a mostra para testar a aspirante à empregada doméstica, pais que proíbem os filhos usarem o carro da família, mas “esquecem” as chaves no móvel da sala, chefes que dão total “liberdade” aos funcionários só para testar a produtividade... E por aí vai. Há um detalhe importante ignorado pelo manipulador, o ser humano é “falível” e passível de cair em tentações, pois faz parte da condição humana errar e acertar todos os dias. E se de fato queremos alguém melhor não é expondo esse alguém a situações de risco que vamos conseguir. Discordo da idéia do “perdoa-me por me traíres”, na verdade não precisamos disso não é?!!!
Pedro Manoel

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pobreza “atapetada”: Um depoimento


Reunidos e uma pequena sala de um centro religioso na comunidade do UR 4, Ibura-Recife um pequeno grupo de mulheres carentes estavam preocupadas como dividir alguns objetos arrecadados nas comunidades do Recife. Ao centro do grupo a líder perguntava as demais, quem já possuía algum daqueles itens doados. E assim, cada membro era consultado. Em uma das extremidades da sala uma das mulheres não parava de rir, o riso era tanto e tão descontrolado que começou a perturbar as demais que ali estavam. Questionada sobre o motivo do riso a mulher respondeu que não tinha nenhum item, nada daquilo ali exposto. Disse também, que não tinha cama, colchão, pratos, talheres... Isto é, tinha pouquíssimas coisas, ou quase nada. Informou que morava num barraco de madeira nos fundos da casa da mãe, com o marido e um filho de três anos. Detalhe, a mulher estava grávida de quatro meses do segundo filho. Perguntada como fazia para se alimentar disse que passava - ela e o marido - o dia todo no lixão a procura de objetos para vender e algum tipo de comida. Quando conseguia o alimento cozinhava na casa da mãe. Alguns que lá estavam acreditaram na história de imediato, outros não. Mesmo assim, o grupo se mobilizou e arrecadou muitos donativos e foram levá-los na casa da “mulher risonha”. Lá chegando, depois de muita dificuldade de acesso o grupo encontrou, como havia dito, um casebre e nos fundos desse outro casebre de madeira mais pobre ainda. Ao entrar na casa os membros se depararam com um ambiente bastante limpo, com poucos utensílios cerca de duas ou três panelas brilhando na parede. Mas, o que chamou atenção mesmo foi o piso todo atapetado com carpetes. Diante do espanto de todos a mulher se antecipou em esclarecer que os carpetes foram recolhidos do lixão e colocados para evitar que o filho comesse a terra do chão! Essa história foi contada pela líder do grupo que visitou a “casa da pobreza atapetada” há trinta anos atrás. Hoje a líder, com então setenta anos, permanece com a mesma disposição de antes. Agora está fazendo cursos de reciclagem de material e o uso da Internet para terceira idade. Perguntei a ela se as coisas melhoraram por lá em sua comunidade, e ela me respondeu com um grande sorriso e convicção: “sim! Agora as coisas estavam melhores, agora tem mais gente trabalhando”.
Pedro Manoel

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro de 2001 a 2009...

Nos tempos da escola sempre que estudava a matéria História minha mente “viajava” para os fatos e locais relatados nos livros. E ficava pensando como seria viver em tais épocas. Lembro que o que mais me intrigava era as divisões das épocas por fatos importantes ocorridos. Nas minhas “viagens” ficava torcendo para viver o bastante para presenciar um fato histórico divisor de períodos. E o tal dia tão esperado chegou numa manhã de 11 de setembro de 2001. Nesse dia liguei a televisão por volta das 11h e vi umas imagens que mais parecia cenas de catástrofes dos filmes americanos. E de fato eram cenas americanas, mas só que bem reais! Demorei a entender o que estava ocorrendo, pois tudo era muito confuso, havia muita tragédia. Os noticiários desencontrados informavam que era um ataque terrorista, mas não tinham muita certeza. Afinal quem se atreveria em atacar os Estados Unidos a maior potencia do planeta? Diante das imagens pensei que havia eclodido a 3º guerra mundial e que a guerra chegaria ao Brasil a qualquer momento. Nas ruas todos se perguntavam o que seria do mundo a partir daquele dia, pois mesmo que não houvesse uma guerra imediata o clima de terror estava espalhado nos quatro cantos do mundo. A segurança do planeta estava ameaçada e todos passaram a entender de fato o que é viver sob a ameaça de uma guerra iminente. Pensava-se em retaliação americana na forma de bombas atômicas capazes de varrer países inteiros, afinal a América já havia usado tais métodos anteriormente. Aos poucos os noticiários começaram a informar com mais clareza os fatos ocorridos, tratava-se de atentados suicidas coordenados pela Al-Qaeda, uma organização fundamentalista internacional, constituída por células colaborativas e independentes que visavam reduzir a influência não-islâmica sobre assuntos islâmicos, liderada por Osama Bin Laden. Com os atentados, o líder terrorista passou a ser o inimigo número um dos Estados Unidos e o Afeganistão foi imediatamente invadido pelas tropas americanas a caça dos culpados. Como justificativa para invasão a Casa Branca alegou garantir a segurança mundial. Passado oito anos, felizmente, a terceira guerra mundial não ocorreu, mas a guerra continua no Afeganistão com um saldo de milhares de mortos afegãos, outros tantos de vidas de civis e soldados americanos e um mundo mais temeroso. Vivi meu fato histórico, mas nem de longe foi isso que tanto esperei.
Pedro Manoel

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Perder para ganhar


“...viver bem se deve mais à arte de saber perder do que saber ganhar. Esperar muito dos outros é um barco furado.” p. 209. Só essa frase já valeu ler o livro, O vendedor de sonhos: o chamado de Augusto Cury. Lembrei de quantas vezes presenciei - outras participei - de discussões intermináveis no qual os participantes “lutavam” para estarem com a razão. E a disputa continuava por horas até uma das partes desistir, sair ou declarar que não tinha razão. Ao vencedor o prêmio: além da razão, a perda de tempo, a forte carga de emoção recebida, e muitas vezes, uma amizade desfeita. A fórmula do bem viver não está pronta e disponível, cada indivíduo vai construindo a sua a partir das experiências vividas ao longo da existência. Certamente um ingrediente indispensável na receita da boa convivência é saber perder. Difícil é perceber que até quando amamos também perdemos, e começa-se pela individualidade, pois de pronto o indivíduo deixa de ser apenas um para ser dois – o casal - e passa a viver, muitas vezes, mais de acordo com as vontades do parceiro do que com as próprias. É a exata hora do Eu dar espaço para o Nós. E as perdas não param por aí, perde-se também a privacidade do quarto, da leitura na cama até altas horas, de dormir até mais tarde, sem falar no programa com os amigos... Difícil é estar preparado para perder, afinal somos educados para sermos competitivos e vencedores a todo custo, inclusive nas relações afetivas. Perder para pacificar não é ensinado nas escolas e poucos são os lares preocupados com esse enfoque na educação dos filhos. Espera-se sempre que o outro desista da discussão, peça perdão, perca. Esperar demais dos outros não é a melhor solução para os conflitos. Precisamos urgentemente aprender a perder nem que seja para ganhar.
Pedro Manoel

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A culpa é da inércia viu Lula!

Diante de tantos escândalos políticos estamos vivendo inversamente em total inércia política no Brasil. O governo Lula conseguiu ser unanimidade política nacional. Ao que parece o Brasil é um país de um partido só, o PT do presidente Lula. Onde está a efetiva oposição partidária? Onde está a atuante elite intelectual opositora? Onde estão os estudantes pensantes e críticos que tanto se manifestaram e ajudaram a revolucionar o Brasil? Lula e o PT estão conseguindo “anestesiar” as atitudes e as mentes críticas do povo. Os escândalos políticos se multiplicam a cada dia e já são tantos que não dá tempo nem de causar indignação. Ocorre uma alternância de escândalos nos três poderes nacionais, uma vez é do executivo, outra do judiciário e agora a bola da vez é o legislativo com o senado federal. De fato o governo Lula está realizando grandes avanços na área econômica e, por conseguinte melhorou a qualidade de vida dos brasileiros, reconhece-se o valor. Por outro lado, está aniquilando o desenvolvimento político e democrático da nação. Isto é perigoso, pois a hegemonia política funciona como uma espécie de ditadura disfarçada de democracia. A concentração de poder em um único partido desestabiliza as bases de sustentação da democracia a tempos tão sonhada e conquistada as duras penas. As eleições presidenciais estão próximas e é cada vez mais evidente o uso da máquina pública para promoção política do governo. Brasília anunciou que deverá entregar cerca de 100 mil casas populares até junho de 2010 no programa assistencialista Minha Casa Minha vida. Nada mais oportuno em época do pleito presidencial, certamente o governo garantirá pelo menos quatro vezes o número de votos populares. A inércia do povo é a maior aliada dos governos populistas ou diria oportunistas? Ah! a culpa é da inércia viu Lula!
Pedro Manoel

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Barganha da fé?!


“A fé e o dinheiro” essa foi à matéria de capa da revista Veja do último dia 19/08/2009 e foi também o noticiário mais freqüente nas duas principais emissoras de televisão do Brasil, Globo e Record. Nas duas emissoras durante a semana foi um tal de réplicas e tréplicas explicativas das denúncias de mau uso das doações dos fiéis a Igreja Universal do Reino de Deus/Record. Diante disso utilizei o método socrático de questionamento contínuo para refletir sobre o assunto e dessa forma fiz alguns questionamentos. Quanto custa a fé? E até que ponto se está disposto a negociá-la? Pelo que se sabe a fé não é um produto pelo contrário, é um sentimento e, portanto intangível, gratuito e inerente a cada indivíduo de acordo com a capacidade de acreditar em suas manifestações. Sendo assim, por que é tão comum a prática da “barganha da fé?” Isto é, a “negociação de bênçãos” com o Divino, através de líderes espirituais, cuja moeda são valores e bens na forma de doações. Ultimamente a fé tornou-se mais que um produto transformou-se no filão de uma verdadeira indústria que movimenta milhares de dólares por ano. Isso explica o crescimento dos meios de comunicação que oferecem “serviços” divinos em troca de doações. Várias são as questões perturbadoras a esse respeito, no entanto, questiona-se também o perfil dos “doadores” que alimentam tais instituições. Percebe-se que a proliferação de tantas instituições que negociam a fé é proporcional ao número de fiéis dispostos em negociá-la. Arrisca-se, portanto, traçar um breve e modesto esboço desses indivíduos: seriam talvez incautos fiéis inseguros despreparados para enfrentar as adversidades cotidianas, incapazes de suportar as possíveis perdas, dores e frustrações da vida, mas suficientemente gananciosos e dispostos a doar bens na certeza de resgatá-los na forma de lucrativas bênçãos divinas? Ou vítimas ingênuas de oradores habilidosos e manipuladores da psique humana que aplicam com sucesso frases do tipo “Quem dá aos pobres empresta a Deus” ou “quem faz o bem recebe em dobro”, e por aí vai? No comércio da fé não há inocentes, nem quem vende muito menos quem compra. Não se vende um desejo, uma crença ou confiança tão fácil como se vende um produto numa prateleira de supermercado. Por mais ignorante que seja o indivíduo intimamente se reconhece que a fé é inseparavelmente ligada ao íntimo de cada ser.
Pedro Manoel

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Comprometimento no trabalho

O comprometimento deveria ser uma das características mais valorizadas em ambientes de trabalho. Profissionais comprometidos com suas funções chegam a superar em desempenho aqueles com grandes qualidades técnicas, mas sem nenhum compromisso. O funcionário comprometido assume de fato a obrigação, a responsabilidade e determinação em fazer o melhor. Esse tipo de trabalhador – o comprometido - não se intimida em não saber certas atividades, mas está sempre com disposição em aprender. Já o “descompromissado” (neologismo nosso) realiza apenas as tarefas que julga necessário para a manutenção do emprego, acha que sabe tudo, não tem interesse nenhum em aprender o que está surgindo de novo em matéria de processos e procedimentos e costuma esconder informações importantes. As diferenças são visíveis entre esses dois profissionais. Quando o funcionário responsável chega na empresa logo começa a trabalhar, pergunta se há alguma novidade e de imediato assume suas responsabilidades diárias. O sem compromisso chega ao trabalho de mansinho, se arrastando, liga o computador, verifica os e-mails pessoais, toma um cafezinho, vai ao banheiro, navega na internet, olha ao redor para ver se alguém está percebendo e por aí vai... Certamente há variações de graus desse tipo de funcionário para cada função existente, cada um com suas habilidades em esquivar-se do trabalho. Curiosamente a sobrevivência profissional dos não comprometidos está fundamentada na enorme capacidade em disfarçar suas ações e no bom relacionamento com certos tipos de chefes: os coniventes. A difícil punição dessa prática infelizmente seduz novos adeptos, podendo comprometer toda uma equipe de trabalho. Enquanto isso, o profissional comprometido segue trabalhando.
Pedro Manoel

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

“Visão interior de pai”


A quantas anda sua "visão interior de pai" ? Trata-se de uma pergunta um tanto quanto incomum, diria talvez até esquisita! Tal questão para mim é intermitente e começou a incomodar desde que sai da casa de meus pais. Outro dia, um amigo me perguntou como era morar sozinho. Relatei brevemente os prós e contras... A conversa continuou e falamos também do relacionamento pais e filhos, mencionei que até isso melhorou na nossa família. Refletindo sobre o assunto, percebi que a melhora de relacionamento, especificamente com meu pai, não se deve, por si só, ao fato de não estar morando na casa dele, mas por termos a oportunidade e disposição de prestarmos mais atenção um ao outro. Morando sozinho, comecei a perceber a real importância do meu pai na minha vida e o quanto ele faz falta. Trata-se talvez do fenômeno da "presença da ausência". Não faço com isso apologias a corrente dos defensores do pensamento que apregoa “que só com a separação é possível perceber o valor das pessoas” ou “só se dá valor quando perde”. Aponto por tanto, para a importância do espaço e da vontade de cada um em perceber a dimensão do outro na vida e que preservar a visão interior do pai é importante para o referencial de segurança e equilíbrio emocional. Desde cedo, ainda pequenos na escola, o escudo de defesa verbal da criança é declarar: não faça isso ou eu chamo meu pai! Na verdade acredita-se que é o super homem em carne e osso que virá em nosso socorro. No entanto, os conflitos geracionais são inevitáveis e se agrava muito na adolescência justamente nos processos de comunicação truncada. Afinal achamos que nunca somos compreendidos por eles, os pais. Infelizmente em certos casos os mal entendidos embates perduram por anos e com isso, perdem-se não apenas os bons momentos de convívio familiar, mas também, um importante elo interior na corrente da auto-confiança. O rompimento interior com a visão da figura paterna é um dano, muitas vezes, irreparável. Desta forma, a reconciliação é uma oportunidade de recomeço no processo do auto-conhecimento e da reconstrução de uma auto-estima mais equilibrada.
Pedro Manoel

sexta-feira, 24 de julho de 2009

À mestra Susana Schmidt: saudades


“Que é que há einh?!!” Esse era o bordão que a professora Susana Schmidt utilizava para pedir silêncio na sala de aula. Quando ela falava com seu vozeirão e característico sotaque sulista todos prestava atenção. Era praticamente impossível desviar o olhar daquela figura imponente, alta, esguia, loira, olhos verdes, às vezes azuis não sei ao certo. Na sala de aula dominava com maestria as disciplinas que lecionava. De personalidade marcante algumas vezes, demonstrava irritação a certas perguntas tolas dos alunos, mas nunca deixava de respondê-las. Ainda lembro da primeira vez que a vi nos corredores do Centro de Artes e Comunicação... “Bom dia senhores!” Bom dia, respondo eu e mais dois colegas de curso. Ao passar fiquei meio "intrigado" e pensei comigo mesmo, que figura! Pouco depois, Suzana entrava justamente na sala para nos dar a primeira aula. Schimidt nos ensinou mais dois períodos no curso de Biblioteconomia. Hoje ao abrir o e-mail, fiquei surpreso com a notícia de seu falecimento. Passado o susto, me peguei saudoso dos tempos de faculdade e das aulas de Susana. Depois da formatura não tive muitos contatos com a professora, mas sempre que lembrava da época da graduação, do departamento de Ciência da Informação, dos professores, lembrava da Sra. Schimidt. Lembro de Susana principalmente como exemplo de mestre e de pessoa humana e essa é a imagem que ficará. Obrigado mestra. Saiba que você cumpriu com sua missão na arte e no ofício de ensinar. Saudades. Descanse em paz.
Pedro Manoel

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Viagem lunar e o preço da informação


A informação científica e tecnológica comemora com júbilo os 40 anos da primeira viagem do homem a Lua. Tal feito merece de fato a comemoração, pois a partir de então teve início uma nova postura do sistema produtivo diante da informação. Percebeu-se que com planejamento e informações precisas seria possível não apenas vencer obstáculos iguais à viagem lunar, mas também produzir novos e lucrativos bens e serviços. Nesse contexto, a informação passou a ser entendida como um bem em si próprio e, portanto de possível mensuração e agregação econômica. Surgia no linguajar financeiro um termo novo: Valor agregado da informação. Isto é, o valor de uma pesquisa (prospecção de informação) na elaboração, produção e distribuição de um novo produto ou serviço. Há quarenta anos atrás o desafio do sistema produtivo era convencer o consumidor final do custo da informação agregado aos produtos. Atenta as oportunidades, a imperiosa indústria farmacêutica se valeu da idéia e foi à pioneira a utilizar os recursos da informação para explicar os preços dos remédios de acordo com a quantidade e a qualidade das pesquisas empregadas. Em todo mundo tiveram início à construção de unidades estratégicas de informação e pesquisas especializadas nos mais variados campos. Afinal a demanda por novos itens justificava o investimento do mercado. Quatro décadas se passaram, o homem tornou a Lua um roteiro habitual, planeja-se ir a Marte. No entanto, ainda não há uma forma precisa de mensuração do exato valor da informação. Há claro, como saber os honorários de um pesquisador, os valores dos objetos e equipamentos envolvidos nas pesquisas, mas quanto ao valor dos resultados finais? Quanto vale a resposta para as questões científicas? Ou quanto custará o preço da vacina da gripe H1N1? Bem... Sabe-se que a informação também salva vidas.
Pedro Manoel

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Notícias em telejornais X Informações no Google: o caso do Pop Star Michael Jackson

Por volta das 23h do dia 25/06/2009 William Vaack, apresentador do Jornal da Globo, anuncia a morte do cantor e Pop Star Michael Jackson. Na apresentação da notícia fúnebre o jornalista declara que consultou o nome do cantor no site de buscas Google com a finalidade de verificar o índice de popularidade de Michael. O jornalista informou que a busca totalizou cerca de 75 milhões de ocorrências em comparação a 35 milhões do termo Beatles (banda). Naquele momento verificou-se a importância do referido site para medir certos níveis de popularidade. No dia seguinte, outra repórter cita o mesmo exemplo de consulta ao Google, dessa vez, valorizando ainda mais e equiparando a busca a uma pesquisa mais formal. Os cidadãos com um mínimo de informação e de prática na Internet perceberam o despropósito da notícia, pois a busca no Google é apenas uma consulta e não uma pesquisa formal que engloba as mais diversas variáveis de um tema. Entre Michael Jackson e os Beatles há distinções colossais, a começar por se tratarem de ídolos de épocas distintas. No caso dos Beatles, no auge da fama não existia Internet, sites de buscas, Orkut... Já Michael viu a “Net” e o Google nascerem e crescerem juntamente com seu sucesso. Outro agravante para a defasagem na pontuação dos Beatles é que o grupo se desfez há anos, dessa forma, não há sucessos recentes capazes de gerar ocorrências nos sites de buscas. Também não há tantas notícias dos Beatles na mídia eletrônica como o Sr. Jackson. Por sua vez, Michael é um super star contemporâneo, recordista isolado na venda de discos, CDs e de escândalos. Um item decisivo para a expressiva pontuação de Michael, é que a busca no google foi feita justamente com a revelação da morte repentina do astro deixando uma legião de fãs ansiosos por notícias. Enfim... Cremos que esses são alguns pontos, dentre tantos, a serem explorados numa “consulta de popularidade” para só então ser anunciado em um telejornal de grande audiência. A Internet é sem dúvida uma facilitadora na busca de informações, mas não é um fim isolado em si mesmo. Estamos atentos às notícias senhores informantes.
Pedro Manoel

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Atos secretos do Senado Federal


Temos mais um escândalo político para aumentar as estatísticas brasileiras de corrupção. A novidade vem do Senado Federal. Trata-se dos atos secretos - medida usada para criar cargos ou aumentar salários sem conhecimento público. Segundo a Folha On-line no artigo Senado escondeu atos secretos de propósito, afirma funcionário “Entre 1995 e 2009, o Senado editou 623 atos secretos”. Sorrateiramente e a bel prazer são distribuídos pelos senadores cargos a parentes e partidários aliados. Como os atos são secretos fica impossível à fiscalização pública. Desta forma, os senadores utilizam tal instrumento para legalizarem a corrupção e o nepotismo na instituição. Configura-se, portanto uma corrupção institucional. Sabe-se que os atos secretos são ocultos apenas para o público, mas não o são para os chefes dos poderes legislativo, executivo e judiciário do Brasil. Sendo assim, cabe a pergunta: A quantas anda a fiscalização do Senado ? Outro aspecto observado são os orçamentos anuais altíssimos, que muitas vezes, a instituição não consegue gastar durante o exercício. Diante da fartura os senadores “distribuem” o excedente como bonificações extras entre funcionários, isso só para não voltar o restante do orçamento para os cofres públicos. Quanto desrespeito com os eleitores desse país! Mesmo com tantos escândalos políticos ainda nos espantamos diante de tanto descaso com o Brasil. Comparamos a corrupção na política brasileira a escavação de um poço no qual sempre há espaço para cavar e aparenta não ter fim.
Pedro Manoel

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Compreendendo o amor...

De certa forma fui “desafiado” a escrever alguma coisa sobre o Amor por ocasião do dia dos namorados. Confesso que fiquei incomodado, primeiro por me sentir desafiado e depois por falar algo sobre um tema tão complexo. Já é sabido que desde o começo da humanidade que o tema é explorado e até hoje tudo que já foi falado, escrito e cantado são meras especulações. Não há um consenso entre os estudiosos e interessados no assunto. Arrisco em opinar que o problema está na tentativa de padronizar a definição do termo. Tarefa vã, pois tal como o sentir, cada pessoa enxerga o amor de acordo com a suas vivências amorosas. Desta forma, escolhi um pensamento para fazer uma modesta análise sobre um aspecto do amor: a capacidade de compreensão. Segundo o respeitável escritor francês Marcel Proust “Desejamos ser compreendidos porque desejamos ser amados, e desejamos ser amados porque amamos”. A compreensão é algo implícito nos relacionamentos, algo que se deseja e se busca no ser amado, mas só a encontramos nas pessoas que verdadeiramente nos ama. Quando se percebe no outro a compreensão logo se desperta laços crescentes de amizade e amor. Muitos dos romances duradouros são justamente aqueles que mutuamente se compreendem e estão dispostos a se amar. Na segunda frase do pensamento de Proust que diz: desejamos ser amados porque amamos, nada mais é do que uma relação de reciprocidade condicional. Quando amamos desejamos ser amados e isso é maravilhoso! O verdadeiro amor causa um efeito multiplicador, pois quem ama deseja que outros também o façam. É triste saber que muitos amores acabam por falta de compreensão mútua. Esclarecemos que compreender não é aceitar cega e incondicionalmente o outro, mas é enxergar o outro com se é sem pré-julgamentos e condenações. E o amor... Citando, parafraseando, ou melhor “Proustiando” amamos porque compreendemos e compreendemos porque amamos. Feliz dia dos namorados.
Pedro Manoel

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Público X Privado nas Empresas


As organizações são sistemas dinâmicos em constantes transformações. Cada empresa possui sua cultura organizacional que é formada por políticas próprias, valores éticos, princípios e crenças... Segundo Gramigna (2007) no artigo O jogo da ética na empresa “nossas crenças determinam nosso comportamento na vida e na empresa”. Em ambientes de trabalho, não raro, ainda se encontram indivíduos com crenças de posse e exclusividade de procedimentos e objetos laborais. Nessa linha de raciocínio, ocorre certa confusão na distinção do que é público e o que é privado nas organizações. Por bens públicos entende-se tudo aquilo que serve para o uso comum de todos na empresa. Isso inclui desde os manuais de serviço, móveis, equipamentos (computadores e impressoras) até papel e caneta, ou seja, todos os meios e mecanismos para desempenho das atividades. E por bens privados consideram-se aqueles exclusivamente pessoais e que necessariamente a equipe de trabalho não dependa para realização das tarefas. O conflito organizacional se estabelece quando os indivíduos, baseados em suas crenças pessoais, tomam para si o que é público e não compartilham com os demais envolvidos do sistema produtivo. Conseqüentemente há sérias animosidades, obstrução no fluxo das tarefas e queda no desempenho organizacional. A crença de posse, em certos casos, evolui e pode desencadear herméticas posturas de dominação, centralização e autoritarismo organizacional. Com a continuação do problema a empresa torna-se excessivamente burocrática e lenta, engessada em processos que por si só não se justificam. A solução para o “fenômeno da crença da possessividade organizacional” requer uma sincera e constante política de auto-análise dos procedimentos e posturas da empresa e de cada indivíduo envolvido.
Pedro Manoel.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Meio ou Inteiro Ambiente?


Estamos na Semana do meio ambiente. E no dia cinco de junho de 2009 é comemorado o dia mundial. A data é propícia para discussão dos rumos que o planeta está tomando. Pois freqüentemente ocorrem as tragédias advindas dos fenômenos da natureza. No Brasil destacam-se, com certa periodicidade, as enchentes no norte e nordeste e as secas no sul e sudeste ambas acompanhadas com muitas vítimas e prejuízos irreparáveis. Há também a destruição da Amazônia e as queimadas no Pantanal Mato-grossense juntamente com a emissão de gás carbônico. Todos esses efeitos da natureza não são novidades no Brasil. Como também não é novidade a inércia das autoridades governamentais brasileiras frente a esses problemas. Não há uma política preventiva eficaz para tais questões. Constata-se: que as barragens estouradas no Pará e no Piauí, no mês de maio, não foram devidamente inspecionadas, que a política de coibição do desmatamento e exploração da Amazônia é ineficiente. Há mais serralheiros do que fiscais do Ibama. E no nordeste a defesa civil não é devidamente treinada para casos de inundações. E quanto ao sul e sudeste ainda acredita-se que a seca é um fenômeno esporádico e caprichoso da natureza. As políticas de proteção ambiental no Brasil são tratadas com pouca seriedade. Bem como, o uso dos recursos científicos e tecnológicos disponíveis ignorados. Grande parte dos chamados “problemas ambientais” brasileiros é previsível e, portanto de possível solução. Deve-se tratar o ambiente por inteiro e não apenas o meio. A hora é agora ou se muda a forma de tratarmos o planeta ou nos mudamos para outro.
Pedro Manoel

quinta-feira, 28 de maio de 2009

1984: um livro, um grito, um apelo...


No dia oito de junho de 2009 completará 30 anos da 1ª edição do livro 1984 do autor George Orwell. Trata-se de um livro especial. Mesmo publicado há 30 anos ainda continua contemporâneo. Na ocasião, a escolha do título 1984 foi um “disfarce” usado pelos editores para burlar a censura vigente em toda Europa. Na verdade o título seria 1948, uma alusão do futuro para os acontecimentos vividos na época. Foi cogitado também para o título da obra: O último homem da Europa. Bastante pertinente, pois o texto consiste numa crítica densa aos regimes totalitários das décadas de 1930 e 1940. Retrata um cenário social oprimido e conturbado face uma Europa devastada pós 2ª guerra mundial. O Estado assume e controla tudo desde a máquina estatal até a vida privada dos indivíduos. Para os cidadãos, não cabe nada, sequer o direito de pensar. São confiscados todos os meios e mecanismos de expressão do pensamento humano até papel e caneta. É proibido pensar, escrever, ter idéias, tal tarefa compete ao Estado e somente a ele. O romance 1984 é um marco. O formato e o estilo contrariam as práticas de escrita de outros romancistas da época nas quais as críticas econômicas, políticas e sociais eram secundárias nas tramas. O Sr. Orwell era um homem visionário que fazia coerentes análises críticas dos acontecimentos e dono de uma coragem e perspicácia ímpar. Vale a pena ler a primorosa obra 1984


Grande abraço

Pedro Manoel

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A fala e a pobre menininha...


Certa feita uma menina muito tímida rasga o mundo ao falar. Com o microfone na mão e diante de uma platéia muito atenta a menininha respira fundo e despeja os sentimentos. O que se passava pela cabeça da pequena criança ninguém sabe. Percebeu-se uma vontade imensa de tentar salvar a si mesma. Pobre criança diria uns. Louca diria outros. Mas só ela, a menininha sabia o que queria. Esta pequena fábula é uma tentativa tímida de compreensão e reflexão do comportamento do ser humano quando está portando um microfone. Trata-se então de um divagar contemplativo. Ao microfone com o aumento potencial do som torna a fala mais libertadora, propaga ecos. Nesse instante o mais importante é externar com toda intensidade o sentir. Acredita-se que o interlocutor nesse caso é mais um coadjuvante. A compreensão não é tudo. Depois sim, são necessárias a repercussão e aceitação. Seria dessa forma, uma busca insana por acolhimento ou apenas uma catarse exposta e coletiva? Onde está você pobre menininha...

Pedro Manoel

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Nossa Câmara dos Deputados Federais...


Cínica e descabida. Esta é a verdadeira adjetivação para a atual postura dos membros da Câmara dos Deputados Federais. Postura cínica por elegerem para o Conselho de Ética da Câmara os deputados, Abelardo Camarinha (PSB-SP), Urzeni Rocha (PSDB-RR), Wladimir Costa (PMDB-PA) e Sérgio Moraes (PTB-RS) todos indiciados por crimes contra o meio ambiente, patrimônio genético, crimes contra honra, crimes do sistema nacional de armas, formação de quadrilha... A criação de um conselho de ética vem de uma necessidade de correção moral dos outros membros do grupo, ou seja, outros deputados da Câmara. Percebe-se que para corregedores da postura ética os parlamentares escolhidos não poderiam ser melhores. Descabida também é a quantidade de delitos cometidos pelos parlamentares sem qualquer punição. Para driblarem as leis e saírem ilesos os deputados fazem uso de dois instrumentos “legais”: a Prerrogativa de Foro e a Imunidade Parlamentar. A primeira defende que o crime “cometido durante o exercício funcional, prevalece à competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal seja iniciado após a cessação daquele exercício”. Isto é, os deputados quando e se julgados o serão apenas por seus pares, ou seja, os colegas da Câmara e só após os mandatos. Já a imunidade parlamentar, “assegura aos parlamentares ampla liberdade, autonomia e independência no exercício de suas funções, protegendo-os contra abusos e violações por parte do poder executivo e do judiciário”. Dessa forma, nossos deputados estão seguros para legislar, acima do bem e do mal. Vislumbrar este cenário político cínico e descabido causa fortes sentimentos de indignação e repulsa. Mais revoltante é saber que de imediato há pouco ou quase nada a fazer. A disputa é desleal. Nossos parlamentares usam a “máquina pública”, legislam em causa própria, além de serem altamente corporativos. Bons votos.
Pedro Manoel

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bibliotecas particulares : guardiãs de lembranças


Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és... Fazendo uso desse adágio, para fins de ilustração, aproveitamos para parafraseá-lo: “Mostra-me tua biblioteca e dir-te-ei quem és”. É possível traçar um perfil, aproximado, do leitor a partir dos livros que possua, isto é, da biblioteca. Não se trata de nenhuma novidade. Há estudos a esse respeito. Chamamos atenção para as informações anotadas nos livros, os destaques, os grifos, os pequenos papéis esquecidos, alguns amarelados com o tempo. E as cartas... Aquelas de amor muitas vezes escondidas nos livros mais altos das estantes. Nos livros encontram-se também, recortes de jornais ligados ao tema; fotos, folhas e flores secas... Cada pequena recordação que a “olhos nus” não dizem muitas coisas a terceiros, mas que certamente representaram muito para os proprietários. As bibliotecas particulares também funcionam como guardiãs de recordações. Cada livro lido marca um tempo vivido, uma memória. Lembranças de uma época especial na qual se está receptivo para novas informações. Atualmente por questões econômicas, de espaço e de manutenção há poucas bibliotecas particulares. As existentes são mantidas por abnegados amantes dos livros. Mas que infelizmente não resistem por gerações. Na falta do proprietário os acervos são vendidos, doados e até destruídos. Por sorte, quando os acervos são doados para outras bibliotecas a história está preservada, mas parte da memória do doador se perde, isto é, aqueles pequenos registros mencionados.

Bons livros, boas lembranças...
Pedro Manoel

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Reforma ortográfica: mais uma!

O Brasil está em fase de reformas e, dessa vez, a mudança é com a língua portuguesa. O país vivencia mais uma reforma ortográfica. Trata-se de uma reforma que envolve todos os países de língua portuguesa. Um dos argumentos utilizados pelos reformadores é que a partir da unificação das regras gramaticais facilitará a circulação da produção bibliográfica, especialmente à literária. Há uma pergunta perturbadora e recorrente: pra que? Isso mesmo! Pra que precisamos de mais uma reforma na língua se a grande maioria dos brasileiros (inclusive e principalmente o escritor) não “domina” a língua portuguesa atual, com suas formas rígidas e cheias de exceção. Se observarmos é, no mínimo curioso, como se dá à distância da nossa língua falada da escrita. O brasileiro fala de um jeito e escreve totalmente diferente. Até parecem duas línguas distintas! O fato se agrava ainda mais com o tamanho do Brasil e suas peculiaridades regionais e locais. Em relação aos outros países de língua portuguesa a diferença é absurda, semelhante as distâncias geográficas. Trata-se também de diferenças semânticas. Olhando para exemplos de outros países, citamos o caso dos países de língua inglesa: Reino Unido e Estados Unidos convivem harmoniosamente com a circulação de suas produções bibliográficas. E a França – país altamente desenvolvido - não sofreu qualquer reforma ortográfica. Os franceses cuidam da língua como um bem maior, característico e intocável. Tempos de reforma é também um bom momento para seguir bons exemplos. Contudo, há boas novas. No Brasil há um crescimento nas nossas exportações. Começamos a exportar um dos mais férteis “produtos” : a palavra reforma.

Grande
Pedro Manoel

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe Suína X Informação X Imperialismo = ...


Como se não bastasse a crise econômica abalar com as estruturas mundiais, agora temos a ameaça de uma pandemia de gripe suína. Os primeiros casos de óbito pela gripe foram detectados no México há duas semanas. As autoridades mundiais em saúde culpam esse país pela demora na divulgação da doença. A queixa maior é dos Estados Unidos, vizinho do México, o qual já ocupa o 2º lugar do número de infectados. Além do terror com a situação, destacamos dois pontos curiosos: o papel da informação e a postura dos países envolvidos (primeiros). Para informação apontamos a importância da velocidade de obtenção dos dados de detecção, controle e prevenção da doença, isso a nível mundial! Nesse sentido, a detecção e controle da gripe esbarraram na questão tecnológica dos laboratórios mexicanos. No início da crise não havia no México laboratórios capazes de detectar a doença; esses só existiam no vizinho americano! Pra piorar, os resultados laboratoriais podem demorar dias! E quanto à postura dos países envolvidos, frisamos a dos Estados Unidos... Aterrorizados com o mal iminente o governo americano rapidamente (speed) instalou um laboratório de análises clínicas na cidade do México e intimou as principais indústrias farmacêuticas mundiais para desenvolverem o quanto antes vacinas que detenham a ameaça de pandemia. Percebe-se um empenho especial do tio Sam, afinal de contas, o perigo mora ao lado! Não questionamos as práticas justas e preventivas da “maior Nação do Mundo” em proteger seu povo. Em nossos devaneios perguntamos: como estaria então a questão da Aids se os Estados Unidos pertencesse ao continente africano? Temos acesso a toda informação do caso da gripe suína? A quanto tempo de fato começou os primeiros casos? ...

Abração

Pedro Manoel

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Farra" das passagens aéreas !!!

Há tempos decidi não assistir aos noticiários antes de dormir. Sempre que os assistia ia dormir com tanta raiva dos políticos corruptos do Brasil que chegava a perturbar meu descanso. Essa semana voltei assistir e de novo fiquei indignado! Dessa vez com a “farra das passagens aéreas”. Situando... Trata-se de uma cota de passagens aéreas nacionais e internacionais para cada parlamentar usar quando estiver a trabalho, ou seja, a serviço da nação. Bem... Como se sabe, trabalho não combina muito com os políticos no Brasil. Sendo assim, as cotas são usadas pelas esposas, filhos, namoradas, sogras... Numa verdadeira festa, ou melhor, farra mesmo, sem qualquer fiscalização. Mas, o que mais me irrita são os parlamentares questionarem o possível cancelamento dessa cota. E alegam: “e agora! Como fica a minha família lá longe e eu aqui (Brasília) trabalhando” ou “esse é um benefício legítimo! Temos que usá-lo!” E blá, blá, blá... Até quando conseguimos (Brasil) suportar tudo isso? Que outros benefícios são usados de forma errada e que ainda não sabemos? Alguém sabe a quantas anda a CPI do Mensalão? ... Decidi, vou voltar a ver aos noticiários noturnos. À noite as notícias são mais apuradas, são tratadas com mais cuidado e são apontados outros pontos de vista. Além de medir o nível da opinião pública. Agradeço a imprensa no Brasil. Pois através dela temos acesso aos desmandos de Brasília.
Pedro Manoel

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dia institucional do abraço...


O abraço é uma das expressões mais sinceras do sentimento. Ao abraçarmos alguém abrimos o nosso peito e acolhemos o outro para protegermos. Há uma troca recíproca. Dessa forma, repetimos então um gesto ancestral recebido no início da vida quando nascemos e nos deparamos com nossa mãe. O abraço é um gesto carregado de recordações maternas, aquelas primeiras nas quais estamos frágeis e indefesos. Ao longo da vida repetimos esse gesto genuíno (digo verdadeiro) especialmente com as pessoas amadas. E para elas o fazemos naturalmente e com prazer. O que diria então de um dia instituído especialmente para o abraço? Vou além... Um dia instituído para o abraço no trabalho? Inevitavelmente me ocorre um dia cheio de rituais... Salvo engano, tal evento descaracteriza o abraço, sentimento tão natural e sincero.Tentativas institucionais, mesmo que “inocentes” para harmonizar ambientes de trabalho podem agravar o problema, ou seja, causar o efeito contrário. Acredito que ambientes harmoniosos se constroem no dia a dia. Começando pela realização das tarefas diárias até aos cumprimentos no elevador. Relações construídas com respeito e profissionalismo! Questiono-me também: e o “the day after” dos dias institucionais? Há resultados positivos? Se afirmativo vivas! Por quanto tempo? Um dia, dois, um ano? Maravilha! Vamos então criar o dia: Do compromisso no trabalho, Do bom dia á chegada, Da comunicação interpessoal com respeito, Do obrigado... Sem esquecer do Dia do respeito à opinião contrária! Pois acreditem, nem todos pensam ou são iguais nas empresas. Esclareço, não sou do contra aos dias temáticos! Acho até divertido. Questiono a ideologia, demagogia, hipocrisia... de alguns. Claro que há exceções. E há mesmo! Maravilha o mundo está salvo!

Abração Pedro

Dia do Bibliotecário!


... Olá parabéns!!!... Em dias especiais, tais como, datas comemorativas é costume as pessoas desejarem parabéns. Tal palavra tem como sinônimo outra especialmente significativa: felicitação, essa vem de felicitar, fazer feliz... O curioso é quando se recebe um “simples” parabéns, muitas vezes nos tornamos mais felizes, no mínimo desperta uma sensação de bem estar.
O parabéns numa data comemorativa da profissão vêm carregado de outra palavra significativa: reconhecimento. Isto é, perceber o valor do profissional no exercício da profissão.
Ser ou torna-se bibliotecário todos podem. Basta estudar e se capacitar. O grande desafio é ser reconhecidamente um profissional. Aquele que se destaca não pelos grandes feitos, mas, pela honestidade e capacidade que exerce o seu ofício.
Entendo que um dos caminhos para ser um bom profissional está diretamente ligado à felicitação do exercício diário do trabalho, isto é o fazer feliz! Sejamos todos! Parabéns profissionais bibliotecários...

Grande abraço
Pedro Manoel

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Final de 2008...

Ufa! Até que enfim acabaram as festas de final de ano! Nessa época dá um cansaço ter de participar de tanta comemoração. São encontros com ex-colegas da faculdade, colegas de trabalho, amigos da cachaça de final de semana, amigos religiosos, pessoal da rua e sem falar da família. Nesses encontros haja comida, bebida, abraços, choros revelações, declarações e tantas outras coisas acumuladas durante o ano. Percebo as pessoas mais sensíveis e até frágeis. E penso: pra que tanta festa? E por que isso só no final do ano? Há quem diga tratar-se de rituais de passagem. Isto é, procedimentos para marcar uma nova era, um novo tempo. Talvez seja uma necessidade natural de extravasar as emoções reprimidas durante o ano. Faço aqui minhas reflexões, meras especulações de uma mente um pouco crítica. Diante disso resolvi selecionar ao máximo tais encontros. Participei de uns poucos, apenas os significativos e inevitáveis (trabalho). Sobrevivi com saldo positivo. Enfim que venha 2009!
Pedro