sexta-feira, 7 de agosto de 2009

“Visão interior de pai”


A quantas anda sua "visão interior de pai" ? Trata-se de uma pergunta um tanto quanto incomum, diria talvez até esquisita! Tal questão para mim é intermitente e começou a incomodar desde que sai da casa de meus pais. Outro dia, um amigo me perguntou como era morar sozinho. Relatei brevemente os prós e contras... A conversa continuou e falamos também do relacionamento pais e filhos, mencionei que até isso melhorou na nossa família. Refletindo sobre o assunto, percebi que a melhora de relacionamento, especificamente com meu pai, não se deve, por si só, ao fato de não estar morando na casa dele, mas por termos a oportunidade e disposição de prestarmos mais atenção um ao outro. Morando sozinho, comecei a perceber a real importância do meu pai na minha vida e o quanto ele faz falta. Trata-se talvez do fenômeno da "presença da ausência". Não faço com isso apologias a corrente dos defensores do pensamento que apregoa “que só com a separação é possível perceber o valor das pessoas” ou “só se dá valor quando perde”. Aponto por tanto, para a importância do espaço e da vontade de cada um em perceber a dimensão do outro na vida e que preservar a visão interior do pai é importante para o referencial de segurança e equilíbrio emocional. Desde cedo, ainda pequenos na escola, o escudo de defesa verbal da criança é declarar: não faça isso ou eu chamo meu pai! Na verdade acredita-se que é o super homem em carne e osso que virá em nosso socorro. No entanto, os conflitos geracionais são inevitáveis e se agrava muito na adolescência justamente nos processos de comunicação truncada. Afinal achamos que nunca somos compreendidos por eles, os pais. Infelizmente em certos casos os mal entendidos embates perduram por anos e com isso, perdem-se não apenas os bons momentos de convívio familiar, mas também, um importante elo interior na corrente da auto-confiança. O rompimento interior com a visão da figura paterna é um dano, muitas vezes, irreparável. Desta forma, a reconciliação é uma oportunidade de recomeço no processo do auto-conhecimento e da reconstrução de uma auto-estima mais equilibrada.
Pedro Manoel

2 comentários:

Cristiane Alberto disse...

Pedrinho,

Pai. Eis uma palavrinha pequena, mas repleta de significados pra mim.

Pai............... uma presença ausente...... sempre.

Beijos.

Anônimo disse...

Pedro

PAI, para mim é tudo. É meu porto seguro, meu primeiro, verdadeiro e puro AMOR. Meu pai é perfeito com todos os seus defeitos. Ele é meu PAI, meu AMIGO, meu IRMÃO, meu AMOR. É verdade quando você diz que "preservar a visão interior do pai é importante para o referencial de segurança e equilíbrio emocional". Tudo que faço na vida tem a presença e ensinamentos que um dia meu pai me ensinou e continua a ensinar. Graças a Deus o nosso relacionamento sempre foi muito mais de AMIGOS do que pai e filha. Ele sempre procurou ser nosso amigo, companheiro, até em momento nos quais uma moça procura uma mãe para conversar meu relacionamento foi muito mais aberto com ele do que com minha mãe sempre muito reservada em relação a alguns assuntos. Meu pai é PERFEITO.

Bjs

Polly