sexta-feira, 8 de abril de 2011

Beleza: caos e cosmos

“A beleza está nos olhos de quem à enxerga”. Será? Com tantos apelos comerciais os sentidos estão sobrecarregados. Eleger o belo torna-se uma tarefa duvidosa. Os critérios de escolha são sutilmente impostos e criam conceitos irreais.

Surgiram na Grécia Antiga os primeiros padrões de beleza. Os deuses do Olimpo eram os modelos ideais de perfeição. O belo era algo praticamente inalcançável. Estava disponível apenas para alguns semi-deuses. Daí nasce o termo beleza grega. Mais tarde, o conceito é imposto para outras culturas.

Para se tornar belo era preciso se aproximar ao máximo dos deuses. Esse era um empecilho. Foram criados os cosméticos como tentativa de aproximação do ideal. Produtos que possibilitavam correções de imperfeições com o objetivo de tornar a aparência mais simétrica. Era preciso corrigir o Caos (desordem e assimetria) do visual. E alcançar o Cosmos: o equilíbrio e simetria. Daí se origina o termo cosmético.

Ao longo do tempo a idéia de que os cosméticos emprestam a beleza dos deuses está mais forte do nunca. Basta lembrar um slogan de sabonete que dizia: “nove entre dez estrelas usam tal produto”. Tomar banho com tal sabonete induz a falaciosa idéia do pertencer ao estelar grupo de atores de Hollywood (deuses). Segundo Stendhal “A beleza é apenas a promessa da felicidade...” A indústria cosmética retorna aos gregos antigos com seus padrões e simulacros de felicidade.

Ser feliz é parecer com os deuses? Essa é a proposta básica da moda: semelhança. De tantos reflexos falta espaço paro o diferente. Vicia a visão e a reflexão dos costumes repetitivos. Perceber através do olhar que o assimétrico é palpável e possível. E por que não belo?
Pedro Manoel

3 comentários:

Alba Rejane disse...

Como é difícil definir o belo! É um sem fim de tentativas...
"A beleza está nos olhos de quem a enxerga", tenho certeza disso. Há estilos, gosto, momentos e ainda assim, o que foi bonito outrora hoje pode não ser.
Para exemplificar dentre tantas situações, personalizo a beleza numa figura feminina: Marylin Monroe. Ela não foi unanimidade, mas para muitos foi um "padrão de beleza". Hoje seria baixinha, gordinha, volumosa...
E nem vamos comentar o que muitos dizem: "beleza é um estado de espírito". Danou-se!...rs....Haja idéias!!

Ella! disse...

Acho pouco provável viver completamente sem a beleza.
Com ela, ainda arruma-se emprego, de certa modo, as pessoas bonitas tem mais chance de conseguir conseguir um bom parceiro, isso não significa que vá durar para sempre.
Mas, para ser feliz não é necessário ter a beleza e cada um a usa como quer.
Beleza passa, o que ficam são as recordações e o sentimento.

Anônimo disse...

É um assunto tão interessante para se refetir viu!? Tô aqui buscando pensar um pouco... não sei se vou gostar do que posso descobrir, mas quero fazer este exercício.

Um beijo!
Susy