sexta-feira, 18 de março de 2011

Chernobyl e Fukushima: dois lados de uma mesma informação

Informação salva vidas. Principalmente quando se trata de energia nuclear! O óbvio da questão não é tão simples assim em se tratando de políticas energéticas e a transparência de informação. A recente catástrofe natural no Japão reacende a polêmica. Comparo dois momentos trágicos da história: o acidente nuclear de Chernobyl e o de Fukushima.

Em Chernobyl na Ucrânia, então parte da União Soviética, foi considerado o pior acidente já ocorrido. A nuvem de radiação liberou 400 vezes mais contaminação que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima. A radiação da usina se espalhou e atingiu os territórios da União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Até hoje não se sabe o número exato de vítimas contaminadas. Sabe-se que a tragédia resultou no deslocamento de aproximadamente 200 mil pessoas. O esforço na “blindagem dos dados” pelo governo comunista bloqueou ao máximo, e até onde pôde, todo tipo de informação. E o pior, não houve sequer a preocupação em alertar a população dos riscos da catástrofe. O mundo só tomou conhecimento do ocorrido através dos países vizinhos de Chernobyl devido aos altos níveis de radiação detectados em seus territórios.

Já em Fukushima no Japão, as autoridades foram rápidas em alertar a população para evacuar a área no perímetro mínimo da radiação. Lá, a imprensa mundial transita com liberdade para transmitir ao mundo, simultaneamente, os fatos que estão ocorrendo na usina nuclear atingida. Apesar das queixas de que as informações do governo japonês apresentarem distorções, não há nenhum indício de bloqueio de dados por parte das autoridades. Acredita-se que o governo não divulga a totalidade dos fatos para evitar o pânico da população. Contudo, vale ressaltar que o Japão está localizado geologicamente em uma área propensa a desastres naturais. E que os riscos de instalação de uma usina nuclear deveriam ser melhor avaliados !

Mais uma vez a história se repete, investe-se mais com os reparos dos danos do que com planejamento e avaliação para evitá-los. Nesse contexto, a população tem o direito de estar informada sobre as implicações e os riscos de uma usina de energia nuclear. Bem, espera-se que o “acidente” em Fukushima faça com que os países – inclusive os que não tem usinas nucleares - repensem suas políticas energéticas. Pois já está na hora de os governos perceberem que a energia nuclear não é apenas mais uma alternativa para as questões energéticas locais. A energia nuclear deve ser encarada como questão de segurança mundial!

Olhemos para Fukushima e lembremos: Informação salva vidas. Principalmente quando se trata de energia nuclear!

Pedro Manoel!

5 comentários:

Ediane disse...

Concordo quando diz que a energia nuclear deve ser encarada como questão de segurança mundial.
A catástrofe natural ocorrida em Fukushima, impressionou a todo o mundo, a coisa já foi "ruim" e piora a cada instante por esta questão de energia nuclear. As pessoas vivem a dor de perder tudo incluindo pessoas queridas, e além disso precisam migrar obrigatoriamente para localidades vizinhas, por conta dessa falta de avaliação e planejamento. E que não se sabe ainda até que nível chegará esses vazamentos.

E nós que somos telespectadores, só nos resta pedir a Deus misericórdia e força pra que esta vivendo isso de perto.

Cássio disse...

Apesar de tanta destruição com esse acidente, o Brasil quer construir mais seis usinas nucleares.É uma pena que Brasília fique longe do mar, pois quem sabe não passaria por lá um grande tsunami limpando toda a imundice do Planalto Central....

Anônimo disse...

É interessante esse olhar na "informação". Valida nossa afirmação em quanto bibliotecário: Tudo é informação.
Que possamos como Sociedade participar das discussão sobre a construção da usina nuclear de Itacuruba, interior do Estado.
Uma pergunta: Se temos possibilidade de gerar energia limpa, porque não usa-la?

Bjus!
Susy

Daniel Andrade disse...

Em tempos de Web 2.0 é impossível ocultar fatos, mas não é impossível distorcê-los.
Mas voltando ao assunto principal: as pessoas continuam brincando com elementos químicos radiativos, mas é uma brincadeira de mau gosto que só ofende quem não tem nada haver com a história =[ por isso ela continuará.

Anônimo disse...

Informação é sim muito importante.
Toda leitura de um texto é sempre atualizante. Com efeito não há leitura sem leitor e não há leitor q não leve consigo (durante a leitura) o seu "hoje", os seus problemas. Assim, trazendo-nos motivos para conservar as recordações do passado (mesmo as sombrias como é o caso) vc nos faz pensar no nosso hoje(no atual da humanidade) constituindo-nos de critérios para pensarmos um futuro melhor. Bem melhor. Parabens!

Israel