segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Natal e o sentido dos sentimentos diários

Vive-se a expectativa de mais um Natal. Tirando os ataques ferozes do comércio essa é a melhor época do ano. Pois ao que parece às pessoas ficam mais receptivas e se permitem viver mais as emoções e a partilhar os sentimentos. Mantendo a tradição dos votos natalinos este blog também fará os seus: Deseja-se que todos fiquem mais atentos ao sentido dos sentimentos na vida diária. E procurem compartilha-los para que nos leve a um mundo de relações melhores.

Falar de sentimentos para alguns não é nada fácil e prestar atenção a eles pode ser ainda pior. O tema sentimento por si só é escorregadio a compreensão. E isso é um complicador. Por ser “quase” inexplicável não há um consenso universal sobre o assunto. Uma possível explicação, meio óbvia, é que os sentimentos são abstratos e tudo que é abstrato não se pode mensurar com precisão. Desta forma, o que se sabe dos sentimentos é uma “versão” individual, pessoal, particular e muitas vezes intransferível.

Como se não bastasse à dificuldade “quase que natural” de se falar do tema há o agravante educacional. Pois há quem apregoe que: “meninos não choram, pois são machos! Já as meninas choram por que são naturalmente frágeis e indefesas”. Isto é, homens não podem ter sentimentos e mulheres os têm em excesso. Quem criou esses conceitos não se sabe. A verdade é que eles ainda perduram nos dias atuais.

Conceitos desse tipo só reforçam o processo de alienação emocional que nos é imposto há muito tempo. E com isso aumenta-se, cada vez mais, o abismo entre o racional X o emocional e entre a razão X a sensibilidade. Esse “separatismo” comportamental encontra apoio e até incentivo no âmbito corporativo/empresarial onde há uma supervalorização dos indivíduos racionais e pragmáticos em detrimento dos mais emocionais e sensíveis. Como se as pessoas pudessem simplesmente anular uma emoção em detrimento a outra.

Uma coisa é fato, ninguém consegue anular totalmente os sentimentos. O máximo alcançado é uma atrofia emocional. Mas que também não é definitivo. Sem impulsos eles – os sentimentos – ficam ali parados a espera de movimento. Ao primeiro estímulo começa a se desenvolver. O processo é lento e gradual, como uma criança que está aprendendo os primeiros passos.

Penso como se tornou difícil prestar atenção nos sentimentos! E quão bom pudéssemos reverter o processo e tornássemos a emoção uma prática do intelecto tão valorizada quanto à racionalidade.
Sendo assim, reforçamos os votos de Feliz Natal e que todos fiquem mais atentos ao sentido dos sentimentos na vida diária. E procurem compartilha-los para que nos leve a um mundo de relações melhores.
Pedro Manoel

Um comentário:

Daniel Andrade disse...

Essa coisa de sentimentos é complicada emmm