quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Redes sociais: uma janela indiscreta?


A bola da vez no mercado das tecnologias de informação são as redes sociais. Empresas como Microsoft, Facebook e Google disputam o domínio desse segmento. Mas o que essas empresas realmente querem das redes sociais? Simples: todas as informações pessoais dos seus seguidores!

Através das redes sociais é possível sim traçar perfis de consumo por faixa etária, gênero, escolaridade... E a partir de então, lançar produtos e serviços de acordo com cada grupo de consumidor. É um verdadeiro paraíso para os profissionais do Marketing. E mais, com a vantagem de todos os dados estarem bem ali na rede social mais próxima.

De olho nesse filão o Google lançou no final de junho deste ano, o Google Plus ou Google+ para os íntimos. Essa rede surge com todos os aplicativos disponíveis pela empresa, isto é o buscador, Gmail, Picasa... E mais o Hangout. Trata-se de um aplicativo, um chat coletivo em vídeo onde todos os usuários aparecem, só que quem fala aparece em destaque. O Google+ promete um visual mais limpo, descomplicado e interativo. Na verdade, a rede é bastante parecida com o Facebook.

As redes sociais se transformaram também numa ferramenta bastante útil para o recrutamento de pessoal. Segundo Daniela Macedo, da Revista Veja de 24/08/2011, “Uma pesquisa mundial feita pela empresa de recrutamento Robert Hall mostrou que muitos gestores olham o perfil dos seus candidatos nas redes como Facebook e Twitter. E a maioria deles diz que quando encontram algo que consideram de mau gosto, isso pode prejudicar a avaliação de um profissional com um bom currículo”.

Caberia a comparação: “Mostre o seu “perfil” - nas redes sociais - e eu te direi quem és!”? Entende-se então, que os currículos não são mais suficientes para avaliar as competências de um candidato. E que as fotos e as declarações postadas nas redes revelam mais do que momentos de descontração. Podem ser até prejudiciais em muitos casos.

Será que a idéia de ser popular e de ter um milhão de amigos precisa ser revista? Ou estamos negligenciando os conceitos básicos da discrição nas redes sociais? Ou ainda, até que ponto a vida privada interfere na qualificação profissional? Bem, bom senso é fundamental dentro e fora das redes sociais.
Pedro Manoel

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Telenovela: diverte ou aliena?

O país vive a expectativa de mais um final da telenovela da 20h30 min. Essa frase dita em qualquer parte do mundo não faria muito sentido. Só que estamos falando de Brasil. Aqui, novela é coisa séria! Assim como futebol, samba e caipirinha a telenovela é um dos símbolos que nos identifica.

Este ano a telenovela brasileira completa 60 anos de existência, vigor e sucesso. Muito criticada por intelectuais e aclamada pelo povo, essa sexagenária vive a eterna dualidade do bem e do mal, da cultura erudita X cultura popular, da diversão X alienação... Contrariando as regras da boa redação não expressaremos nossa posição a respeito. Faremos as vezes do “advogado do diabo” e defenderemos esse gênero televisivo sob duas polaridades: diversão e alienação.

Desprezar a telenovela como diversão seria uma grande tolice. Quase todo mundo assiste esse tipo de programa no Brasil. E há opções e horários para todos. Na principal rede de TV brasileira elas são exibidas às 14h (como reprise), às 18h, 19h, 20h30 min. (horário nobre) e agora às 23h! E ainda no canal pago dessa mesma rede há novas reapresentações. Seguindo a lei de mercado: só há oferta devido a grande procura. Hipocrisias intelectuais à parte, nada mais relaxante (e divertido) do que chegar em casa, tirar o sapato, se jogar no sofá, ligar a TV e claro, assistir a uma “boa” novela !

Porém a diversão vira um problema quando se perde o limite. E a palavra de ordem, nesses casos, é moderação. Como diria o sábio Pitágoras “os extremos devem ser evitados”. Sendo assim, o que se pode esperar de quem só assiste novelas? Certamente uma visão alienada dos fatos, acredita-se. Enquanto o país praticamente pára acompanhando a reta final da novela das 20h30min a Inglaterra e o Brasil vivem casos de assassinatos com reações distintas. No primeiro, um civil negro foi assassinado por “engano” por policiais. A reação da população foi de revolta e destruição. No Rio de Janeiro uma juíza foi brutalmente assassinada por condenar policiais corruptos. Até agora não há nenhuma reação da população.

Enfim... Enquanto isso o país se “mobiliza” na frente das TVs ansioso pelas novelas. Será essa a identidade do Brasil?
Pedro Manoel

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Livros como refrigerantes!

Viajar possibilita, dentre outras coisas, boas descobertas. A oportunidade de estar em outro ambiente torna a mente e o olhar mais sensíveis para captar novas informações. Pois bem... Estava esperando o metrô na cidade de São Paulo e me deparo com uma máquina bem diferente...

Surpreso, me aproximei e reparei que se tratava de uma máquina de aproximadamente 2 m² igual aquelas de refrigerantes. Só que ao invés desses havia livros! E para quem se interessar, basta escolher um título, colocar o dinheiro e retirar a obra. Fantástico! Livros como refrigerantes!

As máquinas vendem livros a preços populares que custam entre R$ 2 a R$ 15. Os títulos são bem variados e bastante conhecidos. Percebi que a oferta não se resume apenas aos clássicos da literatura brasileira. Mas também, a outras áreas do conhecimento, inclusive livros de informática, administração, piadas...

Estrategicamente localizadas na estação de embarque, as “vending machines”, são também uma excelente vitrine de incentivo à leitura. Todos os dias milhares de pessoas usam o metrô paulistano. E invariavelmente se deparam com os apelos comercias e - de quebra - culturais das máquinas.

De volta pra casa, descobri que as máquinas já existem desde 2003 e já venderam mais de um milhão de livros! E ainda, que o inventor é um brasileiro. Quanta visão, vender livros como refrigerantes. Espero que essa novidade (oito anos) chegue em outras cidades desse país.
Pedro Manoel

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Curitiba: desenvolvimento urbano e respeito ambiental

Já faz algum tempo que eu tinha curiosidade de conhecer a cidade de Curitiba. Todos que lá estiveram me disseram coisas boas daquela terra. Os aspectos mais citados eram a limpeza e a consciência ambiental dos habitantes. Com as férias de julho, enfim, chegou a oportunidade. E como canta a banda O Rappa “... Valeu a pena, eh eh”! (bis)

O primeiro impacto ao chegar à cidade foi o frio. Imagine um nordestino enfrentar uma temperatura de cinco graus! É no mínimo um desafio. Passados os primeiros momentos de desconforto, o jeito foi se acostumar. E aos poucos a cidade foi se revelando... Pude constatar o quanto a limpeza e a questão ambiental são respeitadas.

Nas ruas de Curitiba não se vê lixo no chão. Mesmo sendo uma cidade turística, as pessoas têm o hábito de jogar o lixo no lixo. Mas essa “façanha” não foi conseguida por acaso. Há trinta anos uma campanha popular em prol da cidade exigiu do poder público maior eficiência na coleta do lixo. Surgiu então a primeira coleta seletiva de resíduos no Brasil. Além disso, os moradores passaram a fiscalizar também quem sujava a cidade. E a cobrar posturas mais educadas dos cidadãos. Hoje, Curitiba é uma das cidades mais limpas do país.

Impressiona as praças e ruas da cidade. Há flores cultivadas por toda parte. Em pleno centro comercial vi um canteiro cheio de amor-perfeito. Parecia um jardim particular de tão bem cuidado. É um brinde aos olhos ver toda aquela gente respeitando o bem público. Quanta lição de cidadania e educação!

O lazer público é garantido nos parques da cidade. Dos diversos existentes, destaco dois: o Jardim Botânico e a Universidade Livre do Meio Ambiente - Unilivre. O primeiro foi inspirado nos moldes dos jardins europeus. Lá, tive a oportunidade de ver as cerejeiras em flor, um espetáculo destinado ao clima frio. Já a Unilivre é um local para estudos ambientais totalmente integrado com a natureza dentro da cidade. Aproveitaram-se as instalações de uma antiga pedreira localizada num trecho de floresta em plena Curitiba. O impacto visual do lago com carpas é inesquecível. Sem falar da beleza da Araucária, árvore símbolo do Paraná, catalogada com aproximadamente mil anos! Descobri que essa arvore é considerada um fóssil vivo.

Até conhecer Curitiba acreditava ser impossível combinar na prática, desenvolvimento urbano e respeito ambiental. Felizmente sei que isso é possível sim. A cidade ensina para o mundo que vontade política, trabalho e educação fazem a diferença na sustentabilidade ambiental. Curitiba, valeu a pena!!!
Pedro Manoel