quinta-feira, 31 de março de 2011

Redes sociais. Você já têm a sua?

Encontrar informação de qualidade na internet através das tradicionais ferramentas de busca não é mais suficiente, ou melhor, tão eficiente. O problema está na precisão dos resultados. Aquela crença de que os três primeiros itens encontrados eram os mais específicos ficou para trás. Agora, os primeiros resultados são destinados à publicidade paga aos buscadores! Acreditando que para todo problema há solução, surgem as redes sociais eletrônicas como alternativa de buscas inteligentes.

No começo as redes sociais era apenas um passatempo para encontrar pessoas na internet. Evoluíram e surgiram as comunidades de interesses em comum, e daí para as trocas e disseminação de informações foi uma passagem natural. No momento atual algumas redes alcançaram o status de filtro seletivo de informação.

A grande questão da internet não é apenas a existência de conteúdo de qualidade, mas como e onde as procurar. Nas redes sociais as buscas são diferentes, não se procura se “segue”. E as opções são múltiplas, há pelo menos uma, ou várias redes, para cada área de interesse. Nesse cenário se destacam aquelas mais ativas que disponibilizam e compartilham informações relevantes, inteligentes e principalmente credibilidade da autoria. Desconfiar e conferir os conteúdos são palavras de ordem. E isso todo mundo já sabe: na internet checar as informações é regra básica para qualquer navegador experiente ou não.

A idéia básica das redes é conectar os pares e que cada membro contribua de alguma forma para o grupo. Algumas delas são tão organizadas que atuam tanto na busca de informações como na filtragem das mesmas. A forma coletiva do debate e da análise das informações compartilhadas ajuda na triagem dos conteúdos eliminando fontes duvidosas.

Segundo Raquel Recuero, doutora em comunicação e informação e especialista em redes sociais, “a mediação do computador simplesmente conecta pessoas. O conteúdo que essas redes reproduzem e filtram tem conexão direta com os interesses dos indivíduos que as integram. Assim, as informações que circulam nas redes sociais dependem do grau de instrução e dos interesses dos indivíduos”. Entende-se que as redes são como uma espécie de espelho que reproduz hábitos cotidianos inclusive, de busca por informações.

Sendo assim, como a propaganda é a alma do negócio, o boca a boca eletrônico das redes sociais está revolucionando as novas formas de disseminação de informação. Cada pessoa segue a sua rede de acordo com o perfil, necessidade, cultura, inteligência... Isso mesmo! Há inteligência na internet, só que agora não basta apenas procurar, mas também seguir. Qual é sua rede social?
Pedro Manoel

sexta-feira, 25 de março de 2011

Carências, reality show, sociedade etc.

O tema carência foi um dos assuntos mais comentados da semana nas redes sociais. Isso se deveu a Maria, uma bela jovem e solteira participante do reality show BBB 11, que por vezes declarava abertamente suas carências. E “choveram” opiniões de todos os tipos. O tema envolveu desde os palpiteiros de plantão até os especialistas no assunto. Mas por que tanto burburinho? Seria demasiado chocante se declarar carente de um carinho?

Deixando a origem da discussão à parte, o tema carência afetiva é por si só, bastante oportuno. Pois não é todo dia que se fala tão amplamente do sentimento de carência. Entendo que isso seja talvez, um fator cultural bastante cruel no qual expor os sentimentos para muitos denota fraqueza e até idiotice. E se declarar despudoradamente carente seria para muitos uma espécie de atestado de incompetência, especialmente para quem está solteiro.

Segundo os padrões sociais ainda vigentes o sujeito que está sozinho por muito tempo não é visto com bons olhos. Deve está com algum tipo de problema. Isso explica aqueles tipos que mal terminam um relacionamento e imediatamente já entram noutro. Mostrar que se está com alguém, nesses casos, funciona como uma espécie de auto-afirmação onde a aparência é mais importante que a própria carência.

Tanta preocupação com a imagem pública gera casos bizarros de comportamento. Isso me faz lembrar de Danuza Leão ao dizer “que as pessoas têm gatos (animais de estimação) para poder coçar a cabeça deles e dizer ‘eu te amo’ várias vezes sem se achar ridícula”. Tudo isso como um esforço para não demonstrar qualquer tipo de fragilidade. Pergunto então se alguém conhece alguma pessoa que já deixou de declarar, eu te amo com medo que o outro ache que o jogo está ganho e se veja em desvantagem? Imagine então escancarar: estou carente!

Sem perceber, ainda se dá muita importância à opinião alheia e aos seus modelos mesquinhos de felicidade. Ah! Desses hábitos não esquecemos, pois mesmo que se queira há sempre alguém para nos lembrar! A boa notícia é que de vez em quando surge um “transgressor” para dizer que não concorda com os padrões estabelecidos! E sem medo de ser feliz declara suas carências e fragilidades. Maria, mesmo em um reality show, parabéns pela coragem!

Pedro Manoel

sexta-feira, 18 de março de 2011

Chernobyl e Fukushima: dois lados de uma mesma informação

Informação salva vidas. Principalmente quando se trata de energia nuclear! O óbvio da questão não é tão simples assim em se tratando de políticas energéticas e a transparência de informação. A recente catástrofe natural no Japão reacende a polêmica. Comparo dois momentos trágicos da história: o acidente nuclear de Chernobyl e o de Fukushima.

Em Chernobyl na Ucrânia, então parte da União Soviética, foi considerado o pior acidente já ocorrido. A nuvem de radiação liberou 400 vezes mais contaminação que a bomba atômica lançada sobre Hiroshima. A radiação da usina se espalhou e atingiu os territórios da União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Até hoje não se sabe o número exato de vítimas contaminadas. Sabe-se que a tragédia resultou no deslocamento de aproximadamente 200 mil pessoas. O esforço na “blindagem dos dados” pelo governo comunista bloqueou ao máximo, e até onde pôde, todo tipo de informação. E o pior, não houve sequer a preocupação em alertar a população dos riscos da catástrofe. O mundo só tomou conhecimento do ocorrido através dos países vizinhos de Chernobyl devido aos altos níveis de radiação detectados em seus territórios.

Já em Fukushima no Japão, as autoridades foram rápidas em alertar a população para evacuar a área no perímetro mínimo da radiação. Lá, a imprensa mundial transita com liberdade para transmitir ao mundo, simultaneamente, os fatos que estão ocorrendo na usina nuclear atingida. Apesar das queixas de que as informações do governo japonês apresentarem distorções, não há nenhum indício de bloqueio de dados por parte das autoridades. Acredita-se que o governo não divulga a totalidade dos fatos para evitar o pânico da população. Contudo, vale ressaltar que o Japão está localizado geologicamente em uma área propensa a desastres naturais. E que os riscos de instalação de uma usina nuclear deveriam ser melhor avaliados !

Mais uma vez a história se repete, investe-se mais com os reparos dos danos do que com planejamento e avaliação para evitá-los. Nesse contexto, a população tem o direito de estar informada sobre as implicações e os riscos de uma usina de energia nuclear. Bem, espera-se que o “acidente” em Fukushima faça com que os países – inclusive os que não tem usinas nucleares - repensem suas políticas energéticas. Pois já está na hora de os governos perceberem que a energia nuclear não é apenas mais uma alternativa para as questões energéticas locais. A energia nuclear deve ser encarada como questão de segurança mundial!

Olhemos para Fukushima e lembremos: Informação salva vidas. Principalmente quando se trata de energia nuclear!

Pedro Manoel!

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Biblioteca de Alexandria ou o dia do Bibliotecário


Para “lembrar” do dia 12 de março, dia do Bibliotecário, escolhemos “falar” da mítica Biblioteca de Alexandria. Mas o que dizer além? Visto que o tema já muito foi explorado por historiadores e estudiosos do mundo todo. Bem, como todo blogueiro é um metido, não fujo a regra. Vamos lá!

No final do século quatro d.C. o império romano estava à beira do colapso. A queda era iminente. Mas Alexandria, uma província do Egito, ainda tinha muito do seu esplendor. Era uma bela cidade marítima, próspera e de grande efervescência cultural. Lá existia uma das sete maravilhas do mundo antigo, o lendário farol de Alexandria, assim como a maior biblioteca da terra!

A Biblioteca de Alexandria, essa sim era uma maravilha! Como tudo no Egito Antigo era de proporções extraordinárias a biblioteca era de fato, diríamos assim, uma obra faraônica. Além de abrigar a maior coleção de papiros existentes, possuía diversos tipos de materiais tais como: experimentos científicos, observadores astronômicos, maquetes e as mais variadas obras de arte da antiguidade.

Na Biblioteca funcionavam também cursos regulares de formação em cultura geral. Esses seguiam os moldes da Àgora dos filósofos gregos onde mestres e discípulos construíam juntos os conhecimentos e descobertas encontradas ali mesmo na fantástica biblioteca. Era a educação construída lado a lado do conhecimento.

Mas a Biblioteca de Alexandria não era apenas um símbolo cultural, era também religioso, lugar onde eram cultuados múltiplos deuses ancestrais. Conhecimento, filosofia e religião lá coexistiam pacificamente. Aos poucos os cultos pagãos, a muito estabelecidos em Alexandria, eram desafiados pela fé judaica e por uma religião recentemente banida que se espalhava rapidamente, o cristianismo.

A cidade viveu uma das mais violentas rebeliões religiosas de toda história antiga. Os “pagãos”, judeus e cristãos disputaram violentamente o domínio da cidade. No conflito a biblioteca foi invadida e destruída. Todos os principais registros do mundo antigo foram perdidos. Nada restou. E a humanidade perdeu para sempre a chance de conhecer de fato o “berço da civilização” científica e cultural.

Oh! Grande Biblioteca de Alexandria ! Ah! Pobres homens de fé!
Pedro Manoel