quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dúvidas, questões e saberes

O que eles dizem sobre... Dúvida. Esse é o título de uma “matéria”, de apenas uma folha, da revista HSM Management de dezembro de 2010. O texto consiste apenas de aforismos sobre o conceito de dúvida segundo a visão de célebres intelectuais.

Cada autor contribuiu sobre o tema com os seguintes pensamentos. Para Dante Alighieri a dúvida é vista com certo prazer e assim declara “A dúvida não me causa menos prazer que o saber”. Já Francis Bacon a entende como verdade e resume “Dúvida é a escola da verdade”. Luis Pasteur atrela a idéia de dúvida a de felicidade ao dizer “Infelizes os homens que têm todas as idéias claras”. E Oscar Wilde apela para o conceito de beleza e paixão ao se referir à dúvida, “Falam muito da beleza da certeza, como se ignorassem a sutil beleza da dúvida, crer é monótono, a dúvida é apaixonante”

A miscelânea de visões e conceitos heterogêneos reflete em particular o universo de cada autor sobre o assunto. Curiosamente nenhum deles considerou a dúvida como algo negativo. Pelo contrário, percebe-se até uma certa afinidade do conceito de dúvida com o de curiosidade e com o desafio de novas descobertas. Como se fosse à dúvida, por si só, uma espécie de elemento propulsor da busca pelo novo. A conotação de indecisão se quer foi questionada, muito menos o “Ser ou não ser” de Shakespeare com todos os seus desdobramentos.

Em considerando que toda dúvida requer uma pergunta, então o elemento propulsor da verdade seria o questionamento e não a incerteza ou descrença. Desta forma, o perguntar é conseqüência e o duvidar é a causa da busca por respostas. Podemos considerar então que a dúvida só é favorável quando vem acompanhada de questionamentos pertinentes. E não apenas a dúvida por ela mesma. Duvidar sem questionar é aceitação.

O tema me reporta aos tempos de sala de aula e dos professores perguntando se alguém tinha alguma dúvida sobre o assunto exposto. Lembro que ninguém respondia. Na verdade todos tinham perguntas, dúvidas nenhuma. Ninguém tinha aprendido nada. A dúvida é algo específico de um todo. Como fazer perguntas daquilo que não se tem noção? Por onde começar?

Ah ! Alighieri explica melhor o conceito de que “A dúvida não me causa menos prazer que o saber” ...

Pedro Manoel

3 comentários:

Anônimo disse...

Hoje, tenho uma firme percepção que a dúvida me propulciona em direção ao conhecer... ao aprender... no meu singelo "poder" concordo com os pensadores quando falam da dúvida x saber.
Adorei o texto! Bjus!

Susy

Cristiane Alberto disse...

Pedrinho, duvidar é preciso!

A dúvida desperta o cérebro e instiga os sentidos, sem a dúvida o homem ainda seria barro ou macaco e não haveria arte ou produção científica. Entretanto a dúvida pela dúvida nada vale, porque a dúvida que não conduz ao conhecimento, não passa de instrumento cortante, destrutivo para o indivíduo ou grupo ao qual se lançou. Não havendo retroalimentação entre dúvida e conhecimento o processo fica inerte, a criatividade estéril e a vida caótica.

Em suma, até água em demasia é prejudicial a saúde. Não eletrocute o seu cérebro!

Beijos.

Anônimo disse...

A CADA MOMENTO DE NOSSAS VIDAS, SEMPRE VAMOS TER AS DÚVIDAS. A UNICA COISA CERTA QUE TEMOS É A PARTIDA PARA OUTRA VIDA. NO MAIS, AS DUVIDAS FAZEM PARTE DO NOSSO COTIDIANO.
CONTINUE ESCREVENDO, AMIGO!
UM ABRAÇO,
VICENTE NETO