quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Violência familiar X Projeto de Lei da Palmada


"Prefiro eu bater no meu filho do que a polícia”
Frase de autor um pouco conhecido


Violência não é solução para nada, pelo contrário, é um agravante. E obviamente que “violência só gera mais violência” isso se aplica em qualquer esfera social, inclusive a familiar. Sendo a família a base de toda sociedade lá é onde primeiro se aprende os princípios de civilização e da boa convivência com o semelhante certo? Isso não se discute. Inversamente dicotômica é também na família, que muitas vezes, se tem o primeiro contato com a violência. Em muitos casos, se inicia presenciando desde pequenas desavenças com os pais culminando até em cenas de espancamento, sem falar dos chamados “corretivos”. Quem já não ouviu algum relato de alguém que apanhou tanto dos pais que ficou com o aspecto deformado e cheio de escoriações. As estatísticas no Brasil sobre violência doméstica não são lá muitos representativas, pois as vítimas com medo de represálias não às denunciam. Sem contar que a impunidade favorece o delito e que o agressor mora na mesma casa! Buscando um pouco de dados históricos, no Brasil colonial os pais tinham total poder sobre a vida dos filhos. E até 1940 nas escolas brasileiras eram usadas às palmatórias – extrema dor física - como instrumento de educação. Sem falar dos castigos físicos e vexatórios representados pelo chapéu de burro e o grão de milho no canto da parede. Todas essas medidas amparadas e protegidas pelo poder do Estado. Está aí mais uma dicotomia: O Estado que controla a violência é o mesmo que detêm o poder da mesma. No dia 15 de julho de 2010 um projeto de lei foi enviado pelo governo ao Congresso que estabelece o direito da criança e do adolescente de serem educados sem palmadas e beliscões. A proposta do governo, que ainda vai ser discutida na Câmara e no Senado, proíbe palmada, beliscão e qualquer tipo de castigo físico que provoque dor em crianças e adolescentes. Consideramos violência todo e qualquer tipo de dor imposta a outrem inclusive as ditas correcionais. Vivemos um momento histórico de muitos apelos e muitas polêmicas, mas uma coisa é certa a discussão do Projeto já é um avanço social. Vale ressaltar que muitos países já aderiram a Lei da Palmada, a Suíça é um deles e aqui na América do Sul já temos um representante, o Uruguai. Combater a violência desde o início deve ser encarado não apenas no particular dos lares, mas como necessidade social urgente. Afinal quem justifica violência como educação muitas vezes mascara um descontrole emocional incontrolável. E quem alega que o diálogo não resolve casos de rebeldia é porque não “dispõem” de muita vontade para educar. Violência não é solução para educação!
Pedro Manoel

5 comentários:

Milton Carvalho disse...

Coibir a “violência” realmente é muito necessário, seja ela em qualquer esfera.

O texto Violência familiar X Projeto de Lei da Palmada tenta nos questionar e levantar uma reflexão sobre a eficácia,necessidade, ou quem sabe, até mesmo o direito de o Estado nos impor algo como à proposta do Projeto de Lei do título mencionado anteriormente, que está sendo analisado pelo Congresso nacional.

Vamos, por tanto, discutir o texto por partes:

Quando o autor menciona: “Violência não é solução para nada, pelo contrário, é um agravante”. De fato, como o próprio autor menciona em seu post, a violência é plenamente condenável. O termo “violência” pode ser usado de forma generalizada?

Na minha concepção, ao colocar o tema “violência familiar” comparando-o ao tema do Projeto de Lei da palmada proposto pelo governo, o autor se mostra confuso, por comparar um simples tapa que um pai ou mãe aplica em um filho para coibir uma traquinagem, a um espancamento feito sem precedentes. Uma coisa não pode se comparar a outra, até mesmo porque a violência familiar já é crime e está previsto sanções para tal no Código Penal brasileiro.

Vejamos como, erroneamente, ele faz tais comparações.
“Em muitos casos, se inicia presenciando desde pequenas desavenças com os pais culminando até em cenas de espancamento, sem falar dos chamados “corretivos”.” Neste caso, o autor compara, simetricamente, um ato de espancamento a um tapa ou uma chinelada, ao qual ele chama de “corretivos”.

“Consideramos violência todo e qualquer tipo de dor imposta a outrem inclusive as ditas correcionais.” Não podemos considerar uma palmadinha um ato de violência, pois como afirmamos que violência gera violência, eu questiono:

Quem tornou-se um indivíduo violento somente porque levou umas palmadas dos pais em sua infância?
Quem passou a odiar seus pais, ou mesmo agredi-los por conta dos mesmos atos?
Quem tornou-se um indivíduo rebelde, envolvido com a marginalidade ou quaisquer outras atividades ilícitas por ter levado umas chineladas durante suas traquinagens de criança?
Por tanto, uma palmadinha às vezes é necessário para que, futuramente, a criança não passe dos seus limites. Eu mesmo, levei minhas palmadas quando meus pais acharam necessário e, nem por isso, hoje eu os odeio. Pelo contrário. Eu tenho certeza que tudo o que eles fizeram foi para o meu bem. E hoje eu sou quem eu sou.

Mais adiante, o nosso autor escreve: “Afinal quem justifica violência como educação muitas vezes mascara um descontrole emocional incontrolável.” Atualmente eu tenho um filho e tanto eu como minha esposa temos amor suficiente e discernimento para saber o que é bom ou não para a educação dele. Por tanto, quando ele merecer, levará uma palmada sim, afinal, quando o nosso querido autor for pai, possivelmente ele compreenderá o que eu falo.

Se assim como o autor desse texto, o Estado também entenda que violência seja todo e qualquer tipo de dor imposta a outrem, então o Estado comete um grande ato de violência ao permitir que, por exemplo, faltem leitos nos hospitais para aqueles que lá cheguem com dor. Ou ainda deixe de fornecer medicamentos de forma regular para pessoas carentes que necessitem desses recursos para livrarem-se de seus males.

Por tanto, o Estado deveria se preocupar com a inibição dos seus próprios atos de violência para com a população antes de querer intervir na maneira em que os pais educam seus filhos.

Pedro Manoel disse...

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Pedro Manoel

Daniel Andrade disse...

"Quem nunca levou palmada acabou com a mente congelada..." Não sou afavor de pais que botam para F**** Mais uma palmadinha nem doi ehhehee. No mais o governo se preocupa com tantas coisas, que podem ser resovidas se alvoroço, e as grandes soluções para a uma revolução social, política, etc, não acontecerão nunca.Outubro vem eles outra vez brincar de Deus.

Anônimo disse...

Os srs.deputados, sempre muito espertos, jogaram essa tal de Lei da Palmada no olhos do povo para encobrir as safadezas deles e desviar a atenção do que verdadeiramente interessa, a Lei da Ficha Limpa; o pior é que o povo, como sempre, engoliu o engodo...

Cristiane Alberto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.