
Todos os dias chegam vários e-mails na minha conta, mas um deles vale a pena destacar. Merece tanta relevância que eis aqui mais um post. O e-mail é intitulado: Você se comporta bem no trabalho? Atitudes erradas podem emperrar a carreira. Com um título desses é quase impossível deixar de ler, seja lá o que for. Confesso que fiquei curioso e a primeira coisa que veio a cabeça foi descobrir o que de errado estou fazendo. Pois bem, mesmo com toda ansiedade li e reli o texto com a mente aberta, (tentei) a princípio sem pré-julgamentos ou auto-julgamentos apenas, com o intuito de apreender o conteúdo e melhorar a minha postura. Mas, como me conheço o suficiente sempre acabo fazendo alguns questionamentos. Destaco no artigo o seguinte tópico: “Outro problema com as estações de trabalho. Algumas parecem o quarto da pessoa. Têm dezenas de badulaques – de bichinhos de pelúcia a todos os tipos de porta-retrato, com fotos da pessoa na praia, segurando um copo de caipirinha. Não é uma atitude elegante poluir a estação de trabalho. Uma foto da família tudo bem, mas expor demais intimidades não é adequado”. Falando-se de comportamento no ambiente de trabalho acredito que o foco principal do e-mail deveria apontar atitudes corretas para a produtividade e a competência dos funcionários correto? Sendo assim, desde quando se mede a capacidade de alguém a partir dos enfeites que se tem na mesa de trabalho? Estariam as organizações tão preocupadas com a estética a ponto de elevá-la a condição de diferencial competitivo? Vale lembrar o exemplo da Microsoft – uma das empresas mais produtivas do mundo – lá não são avaliadas as vestimentas, bancadas de trabalho, cor de cabelo ou de sapato... Pelo contrário, a liberdade de expressão é estimulada e vista como aliada direta da criatividade. E, por conseguinte dos resultados, aliás, bons resultados da empresa. Não é a toa que Bill Gates é o maior visionário empresarial dos últimos tempos. Não precisa ser nenhum expert para perceber que ambientes de trabalho herméticos e sisudos só gera opressão, estagnação intelectual e descontentamento. Ao contrário de lugares abertos ao diálogo, simpático a cores alegres e aos objetos que lembram momentos felizes. Aliás certos objetos de decoração (símbolos) são grandes motivadores, pois vinculam o colaborador a sua essência além das fronteiras do trabalho. É à força da simbologia afetiva, no qual muitas vezes, aquela simples foto na bancada é um elo de ligação presente, ali às vistas. O consentimento dos empregadores para permanência desses símbolos afetivos fortifica os laços de cooperação, e contribui com a idéia de integração empresa-colaborador, do fazer parte e de que se é importante para empresa. Contudo não esquecemos aqui do bom senso e da razoabilidade do comportamento no ambiente de trabalho tudo na medida certa sem se deixar cair nas armadilhas de códigos opressores de ética e agora também de estética.
Pedro Manoel