quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Repetição


A vida é uma repetição. A exemplo do eixo da terra nos movimentos de rotação e translação dando giros e voltando ao ponto inicial e como os ciclos da natureza referentes ao nascer, crescer e morrer. E também as fases sentimentais do gostar, se apaixonar, amar e “desamar”.

O tema da repetição é mais um "gancho" (motivador desse texto) inspirado na crônica de Martha Medeiros intitulada Síndrome da Repetição. Nela a autora declara "todos temos nossas dores de estimação, nossos erros reincidentes, um caminho que parece uma infinita highway, mas é no fundo uma grande rotatória". O curioso é que freqüentemente se depara ás voltas com os mesmos problemas, ou seja, aqueles cultivados e cultuados há anos.

Frustrações e problemas mal resolvidos são as “dores” mais reincidentes e de uma forma ou de outra acabam vindo à tona. Perceber tais reincidências em si próprio dá trabalho, mas é possível. Fácil é percebê-las nos outros. Faça o teste, preste atenção naquele “chato” que repete as mesmas lamúrias e que ainda pede desculpas por ser mal compreendido. Haja paciência!

Sempre questionei os movimentos cíclicos naturais e confesso, ainda não compreendo direito sua função. Aliás, por que mesmo se tem que voltar ao ponto de partida? Prefiro acreditar que só se volta ao início quando é necessário terminar bem algo que está inacabado ou mal feito. E que a repetição é uma nova oportunidade de aprendizagem. Será?

Deixemos claro que as coisas mudam e se renovam a todo tempo, isso também é uma lei da vida! Quanto às dores de estimação na essência...

Pedro Manoel

6 comentários:

Cristiane Alberto disse...

"Perceber tais reincidências em si próprio dá trabalho, mas é possível. Fácil é percebê-las nos outros."

Pedrinho, a vida mais fácil de se analisar, compreender e viver é sempre a dos outros. Vivemos tão comprometidos com a observação dos sentimentos e atitudes alheios, não é mesmo?! São as CARAS, as QUEM, Tititi e por ai vai... Afinal, pra quê perder tempo com nossos próprios problemas quando podemos matar o tempo com os problemas dos outros?... ;)

Quanto aos movimentos de rotação de translação... não gosto do conceito de círculo. Não gosto de voltas de 360º. Pra mim, a vida precisa ser um aspiral, faço a volta, mas sempre para um ponto acima. Quem para se limpar tomaria banho na lama? Sempre fui muito desconfiada com os conceitos de tempo e espaço (24h, 7 dias, 12 meses) - isso é invenção nossa! Mais uma tentativa humana de aprisionar o inaprisionável. Assim também com os conceitos de mudança e renovação, porque embora parecidos, são absolutamente diferentes. Mudar é transformar, fazer de uma coisa, outra. Como uma cama que a gente quebra e transforma numa cadeira. Renovar é fazer do velho, novo. Como aquela parede cheia de buracos e de marcas de infiltração, que a gente manda emassar e pintar.

Resumindo: ainda somos os mesmos, mas o novo sempre vem. http://bit.ly/epCjd

Cê tá escrevendo muito, viu?! Vamos pagar umas cadeiras de filosofia?

Ella! disse...

Acredito que todos merecem uma segunda oportunidade, por isso, a repetição é necessária nesse sentido.
Repetindo alguns gestos, deixamos de cometer os mesmos erros.
O círculo então, para mim é um momento de pro-atividade, dá ideia de movimento, significando que não devemos ficar parados no tempo.
highway...pegou fundo agora...

vicente neto disse...

O CICLO VITAL É UMA ETERNA REPETIÇÃO: NASCER, CRESCER, AMADURECER, REPRODUZIR E MORRER... PORTANTO QUERIDO, NOSSA VIDA SE REPETE A CADA MOMENTO, SEJA, MOMENTOS BONS OU RUINS. SÓ NÃO PODEMOS DEIXAR MAGOAS POR TRAS DAS CORTINAS....
UM ABRAÇO,
VICENTE NETO

Carlos Vieira disse...

Pedrinho,
belo texto... Me lembrou um filósofo que dizia o seguinte: "Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio e não se pode tocar duas vezes uma substância mortal no mesmo estado; por causa da impetuosidade e da velocidade da mutação..."
Portanto, esse processo de repetição contradiz o nosso estado de Ser no mundo. Nascemos para morrer. "Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos". Heráclito de Éfeso (filósofo pré-socrático, aprox. 540 a.C. - 470 a.C.).

Parabéns mais uma vez pelo belo texto.
A sugestão de Cris de pagar algumas cadeiras no curso de filosofia seria ótimo para vocês.

Daniel Andrade disse...

Segundo Buda "apenas um velho cético para os sem inspiração" na existência todo mundo tem direito a repetir os mesmos erros 108 vidas... Segundo outro grande senhor Samael Aun Weor esse ciclo encontra-se dentro de outro ciclo que multiplica 108 por 3000, faça as contas aí... Mas por fim outro sábio Krishna disse que: "Assim como, neste corpo, a alma corporificada seguidamente passa da infância à juventude e à velhice, do mesmo modo, chegando a morte, a alma passa para outro corpo. Uma pessoa ponderada não fica confusa com essa mudança". Em fim segundo Jesus o Cristo penso ter dito mesmo quando disse que a solução era "nascer outra vez" para um certo equivocado sincero que lhe interrogara... No entanto caros amigos: se estamo tão fadados a reptir desde baixo até em cima o que podemos fazer então para nos livrarmos desse ciclo angustiante? Vivamos! Reto vivamos!Pois todo aquele que reto caminha não se perde no caminnho, e todo aquele que não se perde jamais poderá caminhar em circulos.

Ediane =] disse...

Olá Pedro... Que honra a minha comentar no seu blog.
Agora posso ser também co-autora né?!! =]

Dei uma lida em alguns textos e gostei muito do perfil do teu blog.

Quanto a esta leitura, concordo com você quando diz que a repetição pode ser vista como uma nova oportunidade de aprendizagem. Mas, se fizemos algo e deixamos inacabado, ou mal feito, não precisamos voltar ao ponto inicial, porque se corre um risco de "repetir" o mau feito. Pois do ponto que estamos podemos a qualquer momento "mudar" a trajetória e fazer de uma maneira diferente. Assim como a Cristiane exemplificou a vida como um espiral, partindo sempre de um ponto acima.

Saudades de tu. Minha Baby ta lindona. Qualquer dia apareço na UNICAP pra te dar um xêro!

Bjão =]