sexta-feira, 30 de outubro de 2009

“Ritualizar” a dor ?!!



Durante uma existência se acumula muitas perdas. Na verdade se observarmos de perto mais se perde do que se ganha. Contrariamente a essa sentença não se aprende direito, muito menos com eficácia, a perder e a encarar o fato como natural de um processo de amadurecimento do ser. Na tentativa desesperada de se livrar dos sofrimentos e das perdas lança-se mão do artifício primeiro : o da fuga como forma de alívio imediato. Inevitavelmente a realidade sempre acaba por revelar, mesmo que aos poucos, a dor que tanto insistimos em esconder, afinal não se está preparado para perder. Quando o fim chega traz com ele a inevitável tomada de posicionamento para um novo começo que por sua vez, vem acompanhado de mais sofrimento e do desafio de passar dessa fase com saldo positivo e crescimento emocional. Uma saída é encarar a realidade começando pelo do rito de passagem. Isto é, celebrar conscientemente o rompimento de uma situação e seguir em direção a outra mesmo que desconhecida. Os ritos são marcados pela total retirada dos símbolos que lembram a fase anterior, tais como fotos, mobílias, roupas e alianças, essas geralmente são as últimas e também a mais difícil. È necessário se desfazer de sentimentos, crenças, palavras e juras de eternidade. Por exemplo, começar substituindo o “Até que a morte nos separe...” por até que o amor acabe. A morte nesses casos não precisa ser a morte física, mas a do sentimento que acabou e que não mais existe. Lembrar que tudo tem um início, meio e fim e que para cada um é aconselhável “ritualizar”. Bons ritos .
Pedro Manoel

3 comentários:

Cristiane Alberto disse...

Pedrinho,

numa coisa você estava errado: não foi dezembro. kkk Mas afinal, em alguma coisa vc. tem que estar, não é mesmo?! :(

Beijos.

Ellys Regina disse...

Oi Pedro, adorei saber que você continua escrevendo muito bem. O tempo esta melhorando você. Sobre o texto, ele é mesmo muito profundo e quem conhece a fundo o assunto. Ao mesmo tempo delicado sobre relacionamento humano, viver é muito difícil e complicado. Realmente você abordou o tema com uma sutileza e com uma emoção que faz as pessoas analisar, refletir e rever alguns conceitos de convivência humana. Cada passagem na vida tem um motivo que o Criador dá a cada um de nós o melhor/talentos para desenvolver a vida pessoal, cada momento vivido em lugares são únicos e inesquecíveis para a pessoa que vive ou viveu aquele momento. Continue escrevendo você vai longe, sempre fui admiradora sua e com a nossa amizade e o que vivemos e fizemos na Biblioteca foi muito compensador para mim.
Ellys Regina Galindo

Daniel Andrade disse...

Do dia de finados? Eu não posso falar nada, pois ainda estou vivo, logo sou um morto silênciado.