sexta-feira, 17 de junho de 2011

Questão de justiça: o caso do universitário, filho da catadora de lixo!

“Universitário assassinado brutalmente!” Essa frase isolada (sem especificação de localidade) cabe em qualquer noticiário no Brasil. Todos os anos vários estudantes são vítimas fatais da violência no país. Quantos aos criminosos? Poucos são de fato punidos. Muitos deles são amparados por um sistema judiciário caduco, lento e ineficiente.

O assassinato do estudante de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco particularmente nos tocou. Negro, pobre, filho de uma catadora de lixo e estudante da rede estadual de ensino de Pernambuco. Ingredientes suficientes para uma vida difícil. Mas a pobreza e a exclusão social não foram empecilhos para o estudante alcançar o primeiro lugar no vestibular da UFPE dentre os alunos da rede pública de ensino. Um mérito alcançado por muito esforço.

Empecilho mesmo na vida do jovem foi à violência que tudo destrói. E que de alguma maneira atinge a todos. Seja como sujeito ativo ou passivo de suas conseqüências. O corajoso rapaz disse não ao convite da violência quando enfrentou todas as exclusões de uma vida pobre. Decidiu estudar ao invés de sucumbir as pseudofacilidades oferecidas pelo crime. Mais tarde, sem convite prévio a violência ceifou sua vida. Ironia do destino ou falência de um Estado omisso e criador do vigente sistema judiciário?

O que se sabe é que para conseguir de fato justiça no Brasil é preciso passar por pelo menos três desafios. O primeiro é fazer com que a polícia encontre o criminoso. O segundo é conseguir que o culpado vá a julgamento. E o terceiro é que de fato se cumpra a sentença integral. Dependendo de quem seja o réu e de sua disponibilidade financeira os prazos para localizar, julgar e sentenciar são tão dilatados que cai no esquecimento. E se mesmo assim os desafios forem vencidos. Se o criminoso tiver bom comportamento ou participar de algum programa de trabalho penitenciário a pena do infrator será reduzida consideravelmente. Quanta justiça, não é mesmo?

Quanto à família da vítima? Bem... No dia 14/06 conseguiu com a ajuda da imprensa e a pressão da opinião pública a condenação de um dos acusados. Resta agora cultuar uma saudade do que seria o futuro biomédico. O primeiro filho de uma família de catadores de lixo com título de doutor. Aquele que seria a promessa de uma vida melhor para a família. O salvador. Nesses casos não se sabe o que é pior: se sentir a falta do que se foi ou do que seria. Saudade é tudo igual, é tudo dor.
Pedro Manoel

quinta-feira, 9 de junho de 2011

De click em click a mensagem se torna o “fato”: marketing viral

A propaganda é a alma do negócio. Essa é mais velha do que... As estradas, como diria minha avó. Apesar da idade, a máxima continua atual com linguagem e roupagem novas. Surge então, o marketing ou a publicidade viral.

De carona no sucesso das redes sociais eletrônicas o marketing lançou suas estratégias. Em outras palavras, aplicou a boa e velha propaganda boca-a-boca na Internet. Bingo! Resultado: propagandas rápidas, econômicas, direcionadas e contagiantes como um vírus. A idéia é que cada consumidor passe adiante – nas redes sociais - as informações de marcas e produtos e assim os tornem populares. O nome viral é bastante pertinente.

Esse tipo de marketing já é usado estrategicamente por grandes empresas de publicidade. “Cases” de sucesso embalados por fatos espontâneos e de grande apelo popular. Tudo é válido em se tratando da publicidade viral! Como o exemplo atual de uma operadora de celular que aproveitou simultaneamente a campanha para o dia dos namorados e o lançamento do filme Eduardo e Mônica, homônimo da música da Legião Urbana, para vender seus produtos. O clipe se tornou febre na Internet em menos de 24 horas. A oportunidade é o limite!

Muitos casos de sucesso surgiram totalmente espontâneos e despretensiosos. Esses acontecem com mais freqüência com os vídeos postados no YouTube. Os chamados vídeos virais. Quem se lembra da estudante universitária humilhada pelos colegas que virou celebridade de reality show? Do sucesso da dançarina Lacraia, da música do Créu e agora da Banda Mais Bonita da Cidade? Verdadeiros fenômenos virais eleitos espontaneamente.

Em tempos de celebridades intempestivas o grande desafio é descobrir a fórmula de sucesso do marketing viral. O mapa da mina. Até já existem algumas hipóteses. Mas de concreto mesmo o que se sabe é que todo mundo gosta de uma novidade. Resta saber o que é que estimula a propagação de uma informação de forma tão contagiante como um vírus. Quem se habilita a responder?
Grande abraço,
Pedro Manoel