segunda-feira, 30 de maio de 2011

Liga dos Campeões: exemplo de administração de pessoal

A Liga dos Campeões da UEFA é o campeonato de futebol mais disputado e rico do mundo. O nome faz jus ao torneio. Esse ano disputaram a final do campeonato dois importantes clubes europeus: Manchester United da Inglaterra e o Barcelona da Espanha. Bem, mas o que eles tem a ensinar sobre administração de pessoal? Tudo. Afinal de contas são campeões.

Contratar os melhores jogadores do mundo! Essa foi à estratégia do Manchester United. Dinheiro não era problema. O importante era formar um grupo com os melhores talentos disponíveis no mercado. E assim, foi concebido o time de 2011. O desafio era tornar esse time estelar em equipe. Somar cada talento individual num todo de sucesso.

Já o Barcelona usou uma estratégia oposta. Ao invés de buscar talentos fora do clube valorizou os atletas já existentes. A chamada “prata da casa”. O dinheiro que seria investido em novas contratações foi revertido na capacitação dos jogadores. Possibilitando a criação de treinamentos de ponta para condicionamento físico. Implantação de melhores instalações e acomodações para os jogadores. Sem falar de considerável melhoria da remuneração dos atletas. Resultado: equipe coesa, de alto-estima elevada e motivada por resultados.

O Manchester e o Barcelona deram mais que emoção e prazer para seus torcedores. Mostraram ao mundo que o capital humano é o mais importante na empresa. Na verdade é decisivo. Tanto no esporte como nas corporações vence quem investe em pessoal. No entanto, para cobrar resultados e alcançar o sucesso é preciso motivar a equipe e oferecer condições de trabalho. Remuneração é importante, mas valorização do profissional é primordial.

Segundo Karla Mamona, da InfoMoney “a falta de motivação, a insatisfação com os líderes e com a remuneração e a oportunidade de trabalhar com novas propostas são apontadas como os principais motivos para um profissional mudar de emprego”. O Barcelona certamente ciente desses fatores de risco, logo tratou de afasta-los do grupo. E foi além, “ofereceu” a idéia da força conjunta da equipe. Em que cada jogador era igualmente importante, isto é, um elo da liga! E ainda se o clube vencesse o torneio, todos seriam campeões. Deu certo. Ouro para a prata da casa, a brava Liga dos Campeões de 2011: O Barcelona!
Pedro Manoel


Referências:
MAMONA, Karla Santana. Saiba quais são os principais motivos para executivos mudarem de emprego. Administradores.com Disponível em: < http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/saiba-quais-sao-os-principais-motivos-para-executivos-mudarem-de-emprego/36942/>. Acesso em: 29 maio 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

TOLERÂNCIA X intolerância

Intolerância é a palavra da vez. O insight motivador desse post foi uma matéria publicada no dia 21/05/2011 no caderno infantil de um jornal de Recife. A seção do jornal é intitulada, Papo Sério. E o título da matéria era: A palavra é... Intolerância. De imediato me chamou a atenção um jornal passar esses conceitos às crianças. Pois, a intolerância é de fato um papo sério e deve ser combatida desde cedo.

A crítica ao artigo deve-se ao fato que o autor destacou tudo aquilo que não se deve fazer, isto é, ser intolerante! A mensagem educacional, essa naufragou. Os pontos negativos do tema foram reforçados em detrimento ao esclarecimento e ao aprendizado da tolerância.

O artigo reflete uma questão educacional. A educação pautada no uso do NÃO. Aprendemos mais o não fazer do que o fazer a coisa certa. Esses conceitos saem das casas, chegam às escolas e fatalmente alcançam os meios de comunicação. E assim, se retro-alimenta o “ciclo do não”.

Observando as falas no cotidiano percebe-se facilmente o uso de termos negativos. Muito me irrita quando alguém pergunta: Você não teria uma caneta pra me emprestar? Ao invés de simplesmente pedir uma caneta emprestada. A dificuldade de se desvencilhar dos “nãos” é um caso sério. Tem gente que prefere usar um termo antônimo para expressar uma opinião. Isso explicaria o por que se escolhe falar de intolerância quando o objetivo é que as pessoas passem a respeitar mais as diferenças. Imperialismo do não? Ou um simples caso de incoerência? Eis a questão.

O ato de tolerar o diferente é uma das tarefas mais difíceis. E ensinar conceitos como respeito e compaixão torna-se um desafio nos dias atuais. Priorizar conceitos positivos e diretos reforça uma educação sólida. Se quisermos a tolerância reforcemos seus conceitos e condenemos a intolerância.
Pedro Manoel

Referências
BENITES, Franco. A palavra é... Intolerância. Jornal do Commercio, Recife, 21 maio 2011. Galera JC, Papo Sério, p. 3

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Boi no estádio do Arruda: a saga do futebol pernambucano


A presença do boi no folclore de Pernambuco é sempre atual. Curiosamente surge no futebol também. Bicho e futebol têm tudo haver. E não é de hoje que o reino animal é a principal inspiração dos mascotes futebolísticos. Tem pra todos os gostos: leão, cobra, timbú, patativa...

E o boi, onde entra nessa história? Ah, o boi entra para pagar o pato! Tudo começou quando um certo pai-de-santo vai a mídia cobrar o sacrifício de um boi prometido por um certo time de Recife. Coincidentemente o tal time devedor, cujo mascote é um leão, ia mal das pernas no campeonato pernambucano. Nisso, o líder espiritual adverte que o motivo para as derrotas era o não pagamento da dívida: o boi. Mas, se fosse quitada reverteria o problema.

Os torcedores mais supersticiosos logo procuraram o pai-de-santo para resolverem a questão pendente com o além. Não se sabe como a questão foi tratada. A partir de então, o time do leão começou a ganhar as partidas. E a mídia noticiava a doação de bois, touros, búfalos... Verdade ou não, a auto-estima dos jogadores melhorou com os resultados ou vice-e-versa. Acreditar faz toda diferença. Fé é a palavra mais certa.

A estratégia do boi já foi utilizada nos idos de 1640 pelo Conde Maurício de Nassau aqui em Recife. O conde precisava quitar uma dívida com a coroa holandesa. Sem recursos suficientes decidiu cobrar pedágio a quem passasse pela maior ponte até então construída nas Américas. A ponte ligava o Recife Antigo a cidade Maurícia. O slogan utilizado na campanha foi: “Cruze a ponte e veja o boi voando”. Promessa feita e cumprida. Uma multidão viu um boi (de palha) voar por cima da ponte. O evento rendeu um bom dinheiro. E o boi salvou a pele do conde.

O duelo entre a equipe do leão e a da cobra coral no estádio do Arruda entraria para história. Estava em jogo a conquista do hexa-campeonato para o leão. Até agora, só conquistado pela equipe do timbu. A cobra coral precisava vencer. Há anos não conquistava um título e vinha de um rebaixamento da quarta divisão. E os mais de 62.000 pagantes que foram ao estádio esperavam mais que um boi voar.
Grande abraço
Pedro

sexta-feira, 13 de maio de 2011

(Des) Culpa

A culpa é sua! É dele, do tempo, do trânsito, da crise... Minha não! Não mesmo. Culpar é uma característica natural ou desvio de conduta? Em tempos de falência moral, lamúrias e reclamações, enfrentar a realidade e assumir as responsabilidades torna-se uma postura cada vez mais rara.

Certa feita, escutei que a diferença entre um adulto e uma criança era a capacidade de assumir seus atos. Aprendi a lição. Mais tarde descobri que o tema é antigo. O filósofo alemão, Imanuel Kant já se preocupava com essa questão. “Criador do iluminismo defendia a razão e o conhecimento como fatores de desenvolvimento do homem. Fatores esses que seriam a saída da condição de menoridade do homem. Isto é, da infantilidade de delegar suas opções e de responder por seus atos com responsabilidade”.

O conceito de culpa e de responsabilidade se confunde, porém não são iguais. A primeira é causa e a segunda é conseqüência. E ainda há a responsabilização da culpa. Nesse estágio, a criança passa a encarar suas ações e arcar com as conseqüências. Bem-vindos a maioridade! Resta saber como será de agora por diante. O fato é que não é tão simples assim assumir as próprias culpas. Encarar a realidade sem disfarces.

Vamos combinar: transferir a culpa é um comportamento comum. Trata-se do primeiro impulso. Quem nunca jogou a culpa do atraso no trânsito? Que atire a primeira pedra. Só que o “bicho pega” quando isso se torna natural. Isto é, corriqueiro e sem culpa (irônico, não?). Quando o culpado passa a ser sempre o outro. Nesse estágio, já se tornou um desvio moral. Entra em cena a “vítima profissional”, o coitadinho. Indivíduos com visão deturpada que acreditam que não tem opção e nem controle de sua própria vida. Que pena!

O que diria Kant de tudo isso então? Estamos regredindo e nos infantilizando? Ou falta-nos razão e conhecimento? Precisamos de nos “iluminar” mais? Desconfio que assumir as próprias culpas seria um bom começo.
Pedro Manoel



Referências
TONON, Rafael. Mea culpa. Vida simples. São Paulo, n.103, p. 18-25, mar. 2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

“Estouro” de Tapacurá: uma lenda urbana?

Chuvas mais boatos é igual a terror! Essa foi a fórmula de um dia de caos em Recife. Eu vivi. Parecia o Armagedom. No dia 05/05 pontualmente às 5h (tarde) a cidade foi tomada por uma notícia aterradora: o rompimento da barragem de Tapacurá!

Não se tratava da notícia do estouro de uma barragem qualquer. Mas sim de Ta-pa-cu-rá! Quem é recifense sabe. A barragem é enorme. Tem aproximadamente cem metros de paredão e é responsável pelo abastecimento de água da região metropolitana de Recife. È um patrimônio. Por vezes, foi vítima de boatos de seu rompimento.

Conhece aquela história do cômico da tragédia? Pois é. O tal boato já virou uma espécie de lenda urbana recifense. Faz parte. E a cada temporada das águas vem à tona. Nesse inverno, a combinação de altos níveis pluviométricos mais a criatividade dos palpiteiros ociosos gerou um forte clima de terror. Recife virou o “caos e a lama”! Chico Science é sempre atual.

Passado o susto, até que foi muito engraçado. No dia seguinte todo mundo procurava o autor do boato. Ninguém sabe, ninguém viu. E haja histórias de como se conseguiu chegar em casa. Teve gente que passou horas no trânsito. Uns em seus carros, outros no ônibus lotado. E outros preferiram ir pra casa a pé mesmo. Haja sola de sapato! Tem cada história...

Que boato miserável! Diria minha avó. Mas foi um boato com final feliz. Graças a Deus, Tapacurá está salva, firme e forte. E o rio Capibaribe continua o curso normal. Já pensou que ironia: o nosso "sagrado Nilo" trazendo Tsunamis ? Essa história eu não quero ver. Nem vocês.
Pedro Manoel