quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Repetição


A vida é uma repetição. A exemplo do eixo da terra nos movimentos de rotação e translação dando giros e voltando ao ponto inicial e como os ciclos da natureza referentes ao nascer, crescer e morrer. E também as fases sentimentais do gostar, se apaixonar, amar e “desamar”.

O tema da repetição é mais um "gancho" (motivador desse texto) inspirado na crônica de Martha Medeiros intitulada Síndrome da Repetição. Nela a autora declara "todos temos nossas dores de estimação, nossos erros reincidentes, um caminho que parece uma infinita highway, mas é no fundo uma grande rotatória". O curioso é que freqüentemente se depara ás voltas com os mesmos problemas, ou seja, aqueles cultivados e cultuados há anos.

Frustrações e problemas mal resolvidos são as “dores” mais reincidentes e de uma forma ou de outra acabam vindo à tona. Perceber tais reincidências em si próprio dá trabalho, mas é possível. Fácil é percebê-las nos outros. Faça o teste, preste atenção naquele “chato” que repete as mesmas lamúrias e que ainda pede desculpas por ser mal compreendido. Haja paciência!

Sempre questionei os movimentos cíclicos naturais e confesso, ainda não compreendo direito sua função. Aliás, por que mesmo se tem que voltar ao ponto de partida? Prefiro acreditar que só se volta ao início quando é necessário terminar bem algo que está inacabado ou mal feito. E que a repetição é uma nova oportunidade de aprendizagem. Será?

Deixemos claro que as coisas mudam e se renovam a todo tempo, isso também é uma lei da vida! Quanto às dores de estimação na essência...

Pedro Manoel

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dúvidas, questões e saberes

O que eles dizem sobre... Dúvida. Esse é o título de uma “matéria”, de apenas uma folha, da revista HSM Management de dezembro de 2010. O texto consiste apenas de aforismos sobre o conceito de dúvida segundo a visão de célebres intelectuais.

Cada autor contribuiu sobre o tema com os seguintes pensamentos. Para Dante Alighieri a dúvida é vista com certo prazer e assim declara “A dúvida não me causa menos prazer que o saber”. Já Francis Bacon a entende como verdade e resume “Dúvida é a escola da verdade”. Luis Pasteur atrela a idéia de dúvida a de felicidade ao dizer “Infelizes os homens que têm todas as idéias claras”. E Oscar Wilde apela para o conceito de beleza e paixão ao se referir à dúvida, “Falam muito da beleza da certeza, como se ignorassem a sutil beleza da dúvida, crer é monótono, a dúvida é apaixonante”

A miscelânea de visões e conceitos heterogêneos reflete em particular o universo de cada autor sobre o assunto. Curiosamente nenhum deles considerou a dúvida como algo negativo. Pelo contrário, percebe-se até uma certa afinidade do conceito de dúvida com o de curiosidade e com o desafio de novas descobertas. Como se fosse à dúvida, por si só, uma espécie de elemento propulsor da busca pelo novo. A conotação de indecisão se quer foi questionada, muito menos o “Ser ou não ser” de Shakespeare com todos os seus desdobramentos.

Em considerando que toda dúvida requer uma pergunta, então o elemento propulsor da verdade seria o questionamento e não a incerteza ou descrença. Desta forma, o perguntar é conseqüência e o duvidar é a causa da busca por respostas. Podemos considerar então que a dúvida só é favorável quando vem acompanhada de questionamentos pertinentes. E não apenas a dúvida por ela mesma. Duvidar sem questionar é aceitação.

O tema me reporta aos tempos de sala de aula e dos professores perguntando se alguém tinha alguma dúvida sobre o assunto exposto. Lembro que ninguém respondia. Na verdade todos tinham perguntas, dúvidas nenhuma. Ninguém tinha aprendido nada. A dúvida é algo específico de um todo. Como fazer perguntas daquilo que não se tem noção? Por onde começar?

Ah ! Alighieri explica melhor o conceito de que “A dúvida não me causa menos prazer que o saber” ...

Pedro Manoel