quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Blogs: uma construção coletiva

Já há algum tempo que os blogs estão fazendo uma revolução na forma de escrever. E com isso estamos aprendendo uma nova escrita. Com os blogs a comunicação textual ganhou agilidade e feedback comparados a linguagem oral. E quase tudo que se é postado nesses veículos de comunicação tem algum tipo de repercussão e de mensagem. Até mesmo a ausência de comentários dos seguidores pode ser considerada como um sinal de desinteresse e irrelevância para o leitor.

Com os blogs o ato de escrever deixou de ser uma atividade solitária para ser uma construção conjunta! O escritor deixou de ser o único senhor e autor do texto para ser um colaborador, elevado ao status de participante. E os posts (antigos textos) passaram a ser partilhados. As idéias iniciais - do autor - continuam apenas no início mesmo, pois o fim do texto é uma obra coletiva sem final previsível. Quanto ao sentido de coesão e coerência textual, esses são dados a cada comentário postado por quem se aventura em opinar.

Os blogs assumem o papel das velhas tribunas públicas – dado as devidas proporções – democraticamente escreve-se e se posta tudo o que quiser. E como toda democracia ativa as respostas não são necessariamente o que se espera. E que bom que seja assim. Eles, os blogs são também espaços generosos para os filósofos de plantão onde questionar e se questionar é a ordem do dia, é válido e é permitido. E por que não?

A todos os comentaristas e co-autores desse blog um especial agradecimento. Declaro que de fato estão me ensinando novas formas de escrever e de ver o mundo. Peço permissão para citar cada um que fez pelo menos um comentário no blog em 2010. São eles: Cristiane Alberto; D. Everson; Andréa Lins ; Jô Vital ; Pollyana Alves; Amanda Ganimo; Terezinha Nascimento ; Luciana Vidal ; Catarina Drahomiro ; Mércia Ramos; Mário Lopes ; Arlete Braz ; Neide Oliveira ; Macson Rodrigues ; Milton Carvalho ; Ively Almeida ; Luciana Carvalho; Carlos Vieira ; Simone Xavier ; Renato Cunha ; Elane Crisol ; Cássio Murilo ; Vicente Neto ; Tiago Silva ; Alba Rejane ; Taty Vieira ; Ana C. Figueiredo.

Aos que leram os textos e não fizeram comentários desejo também os meus sinceros agradecimentos. E os convido a partilharem seus conhecimentos nos próximos textos.

A todos um feliz 2011!
Pedro Manoel

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Natal e o sentido dos sentimentos diários

Vive-se a expectativa de mais um Natal. Tirando os ataques ferozes do comércio essa é a melhor época do ano. Pois ao que parece às pessoas ficam mais receptivas e se permitem viver mais as emoções e a partilhar os sentimentos. Mantendo a tradição dos votos natalinos este blog também fará os seus: Deseja-se que todos fiquem mais atentos ao sentido dos sentimentos na vida diária. E procurem compartilha-los para que nos leve a um mundo de relações melhores.

Falar de sentimentos para alguns não é nada fácil e prestar atenção a eles pode ser ainda pior. O tema sentimento por si só é escorregadio a compreensão. E isso é um complicador. Por ser “quase” inexplicável não há um consenso universal sobre o assunto. Uma possível explicação, meio óbvia, é que os sentimentos são abstratos e tudo que é abstrato não se pode mensurar com precisão. Desta forma, o que se sabe dos sentimentos é uma “versão” individual, pessoal, particular e muitas vezes intransferível.

Como se não bastasse à dificuldade “quase que natural” de se falar do tema há o agravante educacional. Pois há quem apregoe que: “meninos não choram, pois são machos! Já as meninas choram por que são naturalmente frágeis e indefesas”. Isto é, homens não podem ter sentimentos e mulheres os têm em excesso. Quem criou esses conceitos não se sabe. A verdade é que eles ainda perduram nos dias atuais.

Conceitos desse tipo só reforçam o processo de alienação emocional que nos é imposto há muito tempo. E com isso aumenta-se, cada vez mais, o abismo entre o racional X o emocional e entre a razão X a sensibilidade. Esse “separatismo” comportamental encontra apoio e até incentivo no âmbito corporativo/empresarial onde há uma supervalorização dos indivíduos racionais e pragmáticos em detrimento dos mais emocionais e sensíveis. Como se as pessoas pudessem simplesmente anular uma emoção em detrimento a outra.

Uma coisa é fato, ninguém consegue anular totalmente os sentimentos. O máximo alcançado é uma atrofia emocional. Mas que também não é definitivo. Sem impulsos eles – os sentimentos – ficam ali parados a espera de movimento. Ao primeiro estímulo começa a se desenvolver. O processo é lento e gradual, como uma criança que está aprendendo os primeiros passos.

Penso como se tornou difícil prestar atenção nos sentimentos! E quão bom pudéssemos reverter o processo e tornássemos a emoção uma prática do intelecto tão valorizada quanto à racionalidade.
Sendo assim, reforçamos os votos de Feliz Natal e que todos fiquem mais atentos ao sentido dos sentimentos na vida diária. E procurem compartilha-los para que nos leve a um mundo de relações melhores.
Pedro Manoel

sábado, 4 de dezembro de 2010

Diferenças


Definitivamente somos diferentes! Isso é fato. Cada ser é único e possui características sutilmente distinguíveis. Sendo assim, só reforça a idéia de que “toda regra só é regra porque existem as exceções. O igual só é igual porque existe o diferente”.

Explorando o óbvio da questão há um elemento básico no convívio das diferenças: A aceitação. Ora, uma vez que se admiti as diferenças à aceitação irrestrita dos fatos não é garantida. Uma coisa é saber outra é aceitar. Começam os conflitos ao admitir que o outro é um todo e não apenas à parte específica que se gosta. Tentativas de modificar o outro apenas por questões de “auto-ajuste” pode ser uma empreitada sem muitas garantias de sucesso.

Tentar moldar o parceiro funciona, mais ou menos, como gostar do Sol (O astro rei) e só aceitar o que for particularmente mais conveniente, do tipo: Preciso dele (O Sol) apenas pela manhã até às 10h, pois não está muito quente e só depois das 16h quando já está esfriando. Não pode estar muito luminoso por que fere os olhos. Também não é bom o quando se põe às 18h, pois preciso que fique mais tempo comigo. Desperta cedo pode, mas sem me acordar com seus raios incandescentes. Ah! Não esquecer de falar para o céu te acompanhar sempre sem nuvens. E só para lembrar, nada de intimidades com a Lua, as estrelas, os cometas...

Depois de “aparada as diferenças” e de se certificar de que tudo no outro finalmente está “ajustado” restará a semelhança imposta. Conseqüentemente o outro vai estar tão semelhante como o reflexo do espelho do banheiro numa segunda-feira às 6h da manhã. Tudo está pronto! Não há mais estímulo para o diálogo, para o debate e a aprendizagem. Também não há perguntas por que de antemão já se sabe das respostas, surpresas não mais existem.

Aceitar as diferenças interpessoais não é apenas ter conhecimento de sua existência, vai além. É saber que o outro é tão importante quanto nós mesmos. Que o convívio nos oferece a oportunidade de ver o mundo com novas visões para os mesmos fatos e vislumbrar perspectivas antes imperceptíveis. Sendo assim viva as diferenças.
Pedro Manoel