quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rótulos rotos


Não se sabe ao certo a origem exata dos rótulos, isto é, aquelas tarjas tão comuns afixadas nos produtos das prateleiras dos supermercados. Além dos nomes dos produtos os rótulos trazem também informações de sua composição. Nada mais comum hoje em dia consultarmos os rótulos antes das compras. Mas o que diríamos dos rótulos humanos? Isso mesmo! Rótulos atribuídos por terceiros a revelia do rotulado. Incrível que a prática da rotulação virou uma espécie de estrutura padronizada. E mais curioso ainda é que há “especialistas” em rotular os outros e atribuir características conforme lhe apraz. Tem gente que só se refere ao semelhante com algum termo jocoso, exemplo: fulano O gordo, beltrano O lerdo, cicrano O gay... Inacreditável que muitas vezes os rótulos passam a tomar o espaço da própria identidade do sujeito. Mas quanto aos rotuladores? Ao que parece demonstram ser pessoas altamente inseguras e julgadoras natas incomodadas com as características alheias. Não se sabe ao certo o DNA moral desses tipos, o que se sabe segundo a psicóloga Beatriz Varella “são dotados de um tipo de inveja que esconde o desejo de ter as qualidades internas – ou externas – do outro e passa a criticá-las assim que as percebe”. Caberia então outro questionamento: por que tanta necessidade em julgar, criando rápidos e precipitados pensamentos a respeito dos outros? Certamente o esquecimento de auto-análise e observação de si mesmo seria a razão primeira, enfim, cada caso é um caso. Estamos em crise moral e ética em que é mais fácil olhar o outro e criticá-lo do que se colocar no lugar dele. Uma coisa é certa, julgar não faz bem para ninguém! O ponto de partida de mudança é admitir que isso não traz nenhum beneficio!
Pedro Manoel

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

“Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda...” Nem todo negro é macumbeiro


Gosto muito do verso “... Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda...” da música Pagu da cantora e compositora Rita Lee. No dia da Consciência Negra diante a temática do preconceito estabelecido nos versos acima caberia perfeitamente na música o acréscimo: Nem todo negro é “macumbeiro”. A música de Lee fala dos preconceitos arraigados no imaginário. E nesse dia, tão especial, percebeu-se que a temática do negro no Brasil ainda continua diretamente vinculada com a questão religiosa. Todos os anos os principais debates, inclusive nas universidades, recorrem ao tema das religiões de matriz africana. Não se configura aqui uma crítica a abordagem do assunto, pelo contrário, apenas em nível de sugestão há questões mais urgentes a serem discutidas. Por exemplo: sistema de cotas nas universidades públicas, violência, discriminação e justiça, sistema de saúde pública e etnia... Afinal estamos em época de sucessão presidencial, o momento mais adequado para conquistas dos direitos no Brasil. Ambiguamente o esvaziamento nas discussões dos problemas enfraquece os movimentos políticos e sociais de base. Hoje a população negra poderia ser uma força política considerável e decisiva. Segundo o último Censo brasileiro já somam 50% a população de negros e pardos no Brasil – pelo menos os declarados como tal – e os números não param de crescer. No entanto, ainda permanecem problemas sociais subjugados as minorias. Nesse cenário de descaso está a saúde publica com os postos de saúde sucateados e profissionais de saúde despreparados para detectar e atender as doenças específicas dos negros tais como: a anemia falciforme, doenças coronárias em mulheres negras, doenças de pele... E por aí vai. Incrível que em certos aspectos a igualdade de tratamento não favorece a todos. E quanto ao racismo e a violência já viraram rotina, sem falar da impunidade e lerdeza da justiça. São muitos os pontos a serem conscientemente discutidos no dia da Consciência Negra. Enfim, é sempre bom lembrar que o dia não combina apenas com o festejar, mas também com o Lutar. Infelizmente o dia marca a morte do guerreiro Zumbi que não titubeou em dar a própria vida pelo ideal de liberdade. E assim... Salve Zumbi! “Porque nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é bunda...” Nem todo negro é só macumbeiro.
Pedro Manoel

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

E por falar em humor... Vai mau?


Você já verificou o seu estado de humor hoje? É sempre bom se autoquestionar a esse respeito, principalmente no ambiente de trabalho, pois ninguém agüenta um colega mal humorado. Por mais competente que seja o sujeito, o mau humor acaba se sobrepondo a competência. Em muitos casos é preferível trabalhar com pessoas menos capacitadas - mas bem dispostas - a ter de suportar as intempéries do humor alheio. Quem não já se deparou com aqueles tipos que chegam ao trabalho reclamando de tudo? Sem falar do aspecto carrancudo, antipático e muitas vezes mal educado mesmo! O principal prejuízo dos mal humorados as empresas é o distanciamento natural dos colegas a esses sujeitos que acabam ficando meio “escanteados”. Não é preciso muita investigação para entender a questão, a equação é simples: mau humor não combina com comunicação, que não combina com eficiência, que não combina com satisfação no trabalho. O problema passa a ser mais sério quando o estado de ânimo negativo de alguns começa a “contaminar” outros membros da equipe. Ai não tem jeito é preciso uma intervenção institucional urgente na situação. O que por sua vez não é nada fácil, pois o bom humor não é apenas uma decisão institucional, mas principalmente pessoal, uma nova forma de pensar e agir. Nas organizações que os membros são a favor da qualidade de vida precisam aderir a cultura do menor stress – já que não é possível eliminar – e tratar os problemas com seriedade mas sem calamidade! Ter atitudes pró-ativas sem a necessidade de expor e culpados e queimá-los na implacável “fogueira” da culpa. Não dá para mudar paradigmas institucionais arraigados do dia para noite, mas pode se mudar os próprios paradigmas. Afinal qualidade de vida no trabalho, apesar de dar trabalho, deve ser um projeto coletivo que englobe todos os envolvidos com bom humor, um esforço construído diariamente focado nos objetivos. Uma coisa é certa vale a pena tentar. Bom humor para todos.
Pedro Manoel

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Vida: lixo X meio ambiente, uma questão delicada


O lixo doméstico deixou de ser apenas uma simples atividade de depósito em lixeiras para ser uma questão importante de sobrevivência planetária. Não obstante certos temas, apesar de importantes, ainda causam resistência a um amplo debate, um desses é a questão do lixo. Inversamente contrário à resistência de alguns ao tema nunca se falou tanto a respeito, inclusive as autoridades governamentais. O despertar do interesse não é um simples acaso, diria que se originou justamente do descaso e negligência no tratamento dos dejetos. Parece que “de repente” descobriu-se que o lixo e seus desdobramentos estão interligados com fatores que atinge diretamente o bem estar da população. O problema dos resíduos produzidos pelo homem não é novo, mas vem se agravando nos últimos tempos com o crescente consumo frívolo e desenfreado aliado à falta de políticas públicas sérias, além da ausência de consciência e educação da população. Os danos sofridos pelo meio ambiente decorrentes do lixo não é mais um simples alerta da natureza é na verdade um pedido desesperado de socorro planetário. Infelizmente, as iniciativas governamentais de tratamento eficaz do lixo são incipientes, cabem apenas as prefeituras a responsabilidade pelo tratamento dos resíduos, ficando isentas do problema as esferas estadual e federal. Já na iniciativa privada destacam-se os poucos ativistas ambientais que elegem a prática da reciclagem como solução viável do problema, e assim propagam-se ingênuas lixeiras coloridas para coleta, seleção e posterior reciclagem dos materiais. No entanto, reciclar é apenas uma das alternativas para o lixo, mas não é de longe a solução. Na reciclagem alguns tipos de materiais acabam deixando resíduos, ou seja, lixo. Sem falar que há materiais que não podem ser reciclados é o caso dos radioativos, hospitalares e tóxicos. A solução viável para o lixo seria diminuir sua produção na origem e responsabilizar legalmente os seus produtores, isto é, os meios produtivos. Nesse caso, as indústrias (produtoras de lixo) passariam a fabricar produtos apenas com embalagens recicláveis ou biodegradáveis e os materiais que não podem ser reciclados seriam devolvidos as fábricas tais como são atualmente as baterias de celulares. Isso de fato diminuiria consideravelmente a produção de lixo. Para as práticas individuais quem sabe talvez, rever certos hábitos modernos da sociedade e abolir os produtos que utilizam as famigeradas embalagens PET, os descartáveis, as sacolas plásticas... Uma coisa é certa, não dá mais para fugir ao debate da questão do lixo no meio ambiente. A Terra está agonizando é preciso aprendermos novas posturas para uma nova consciência de preservação da vida.
Pedro Manoel