Não se sabe ao certo a origem exata dos rótulos, isto é, aquelas tarjas tão comuns afixadas nos produtos das prateleiras dos supermercados. Além dos nomes dos produtos os rótulos trazem também informações de sua composição. Nada mais comum hoje em dia consultarmos os rótulos antes das compras. Mas o que diríamos dos rótulos humanos? Isso mesmo! Rótulos atribuídos por terceiros a revelia do rotulado. Incrível que a prática da rotulação virou uma espécie de estrutura padronizada. E mais curioso ainda é que há “especialistas” em rotular os outros e atribuir características conforme lhe apraz. Tem gente que só se refere ao semelhante com algum termo jocoso, exemplo: fulano O gordo, beltrano O lerdo, cicrano O gay... Inacreditável que muitas vezes os rótulos passam a tomar o espaço da própria identidade do sujeito. Mas quanto aos rotuladores? Ao que parece demonstram ser pessoas altamente inseguras e julgadoras natas incomodadas com as características alheias. Não se sabe ao certo o DNA moral desses tipos, o que se sabe segundo a psicóloga Beatriz Varella “são dotados de um tipo de inveja que esconde o desejo de ter as qualidades internas – ou externas – do outro e passa a criticá-las assim que as percebe”. Caberia então outro questionamento: por que tanta necessidade em julgar, criando rápidos e precipitados pensamentos a respeito dos outros? Certamente o esquecimento de auto-análise e observação de si mesmo seria a razão primeira, enfim, cada caso é um caso. Estamos em crise moral e ética em que é mais fácil olhar o outro e criticá-lo do que se colocar no lugar dele. Uma coisa é certa, julgar não faz bem para ninguém! O ponto de partida de mudança é admitir que isso não traz nenhum beneficio!
Pedro Manoel
Pedro Manoel