sexta-feira, 30 de outubro de 2009

“Ritualizar” a dor ?!!



Durante uma existência se acumula muitas perdas. Na verdade se observarmos de perto mais se perde do que se ganha. Contrariamente a essa sentença não se aprende direito, muito menos com eficácia, a perder e a encarar o fato como natural de um processo de amadurecimento do ser. Na tentativa desesperada de se livrar dos sofrimentos e das perdas lança-se mão do artifício primeiro : o da fuga como forma de alívio imediato. Inevitavelmente a realidade sempre acaba por revelar, mesmo que aos poucos, a dor que tanto insistimos em esconder, afinal não se está preparado para perder. Quando o fim chega traz com ele a inevitável tomada de posicionamento para um novo começo que por sua vez, vem acompanhado de mais sofrimento e do desafio de passar dessa fase com saldo positivo e crescimento emocional. Uma saída é encarar a realidade começando pelo do rito de passagem. Isto é, celebrar conscientemente o rompimento de uma situação e seguir em direção a outra mesmo que desconhecida. Os ritos são marcados pela total retirada dos símbolos que lembram a fase anterior, tais como fotos, mobílias, roupas e alianças, essas geralmente são as últimas e também a mais difícil. È necessário se desfazer de sentimentos, crenças, palavras e juras de eternidade. Por exemplo, começar substituindo o “Até que a morte nos separe...” por até que o amor acabe. A morte nesses casos não precisa ser a morte física, mas a do sentimento que acabou e que não mais existe. Lembrar que tudo tem um início, meio e fim e que para cada um é aconselhável “ritualizar”. Bons ritos .
Pedro Manoel

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Essa tal procrastinação...


“Por favor, senhora estamos fechando... O que? Ainda são 9h e 26min e eu ainda tenho que ler essa página inteira só saio da cadeira às 9h e 30min quando fechar!” O diálogo ocorre numa biblioteca em plena semana de provas. A personagem principal é uma aluna que está estudando praticamente na hora dos testes e é um exemplo clássico de procrastinação. Mas o que é essa tal procrastinação? Trata-se do ato de postergar, adiar, prolongar em demasiado a realização de uma determinada tarefa ou obrigação. Com a atual sociedade agitada e de um ritmo cada vez mais acelerado surgem, assim como a aluna, um número crescente de procrastinadores. E ainda há quem diga que o brasileiro tem essa famigerada fama de procrastinador. Bem, um dos exemplos que a justifica foi a último ajuste anual do imposto de renda, a menos de dez dias para o término do prazo de entrega das declarações apenas vinte por cento dos brasileiros haviam ajustado as contas como o “Leão”. A situação pode piorar quando além de procrastinar há negligencia de fato, o que resulta na perda de prazos, dinheiro e credibilidade perante a sociedade. Nas empresas os casos de procrastinação são mais complicados e praticamente inevitáveis devido às crescentes exigências por superação de resultados e as listas de prioridades que não param de chegar! Logo, o ambiente de trabalho torna-se um campo fértil para postergar e conseqüentemente acometimento do estresse laboral. Diante de tantos danos por que se procrastina tanto? Simples, o ser humano tende a fugir das tarefas menos prazerosas e elege como prioridade fazer aquilo de que se gosta, ou pelo menos aquilo que dá menos trabalho. Desta forma, a busca do prazer acaba negligenciando as tarefas menos atrativas. Curiosamente, há quem “prefere” fazer tudo de última hora, e ainda justifica alegando gerar “uma certa adrenalina” que “apimenta” a rotina. Tais atitudes fazem parte de um perfil arrojado que confia na sorte de que tudo acaba bem no final, mas e se não acabar? Se no final der algo errado, não haverá tempo para concertos. Há também os procrastinadores sentimentais, aqueles que arrastam relacionamentos falidos há tempos, mas não tomam nenhuma decisão, pois acreditam que o não decidir as absorvem das responsabilidades da decisão e com isso “empurram a vida com a barriga”. Procrastinar é uma decisão pessoal de espera, assim como, o agir é uma questão de assumir responsabilidades e de saber que independente dos resultados se está no comando. Ninguém é mais capaz do que nós mesmos de cuidar da própria vida, pois nem sempre “esperar é saber”.
Pedro Manoel