segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Perfídia...


E por falar em perfídias... Coincidências existem e existem mesmo! Esses dias curiosamente alguns amigos falavam, em momentos distintos, de relacionamentos amorosos e recorriam ao tema traição. Assunto tão delicado que insiste em percorrer a história da humanidade. Foi aí que se chegou à questão da traição induzida. Explico, trata-se daquela a traição na qual o individuo é colocado em situação de teste para confirmação de uma desconfiança atroz. Não é uma atitude das mais dignas, diria até criminosa. É um jogo perigoso e sem vencedores, pois o manipulador é tão culpado quanto o testado. Infelizmente em algum momento muitos acabam fazendo os execráveis testes, não só no campo amoroso, mas, nos diversos tipos de relacionamentos. Por exemplo: patrões que deixam dinheiro a mostra para testar a aspirante à empregada doméstica, pais que proíbem os filhos usarem o carro da família, mas “esquecem” as chaves no móvel da sala, chefes que dão total “liberdade” aos funcionários só para testar a produtividade... E por aí vai. Há um detalhe importante ignorado pelo manipulador, o ser humano é “falível” e passível de cair em tentações, pois faz parte da condição humana errar e acertar todos os dias. E se de fato queremos alguém melhor não é expondo esse alguém a situações de risco que vamos conseguir. Discordo da idéia do “perdoa-me por me traíres”, na verdade não precisamos disso não é?!!!
Pedro Manoel

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pobreza “atapetada”: Um depoimento


Reunidos e uma pequena sala de um centro religioso na comunidade do UR 4, Ibura-Recife um pequeno grupo de mulheres carentes estavam preocupadas como dividir alguns objetos arrecadados nas comunidades do Recife. Ao centro do grupo a líder perguntava as demais, quem já possuía algum daqueles itens doados. E assim, cada membro era consultado. Em uma das extremidades da sala uma das mulheres não parava de rir, o riso era tanto e tão descontrolado que começou a perturbar as demais que ali estavam. Questionada sobre o motivo do riso a mulher respondeu que não tinha nenhum item, nada daquilo ali exposto. Disse também, que não tinha cama, colchão, pratos, talheres... Isto é, tinha pouquíssimas coisas, ou quase nada. Informou que morava num barraco de madeira nos fundos da casa da mãe, com o marido e um filho de três anos. Detalhe, a mulher estava grávida de quatro meses do segundo filho. Perguntada como fazia para se alimentar disse que passava - ela e o marido - o dia todo no lixão a procura de objetos para vender e algum tipo de comida. Quando conseguia o alimento cozinhava na casa da mãe. Alguns que lá estavam acreditaram na história de imediato, outros não. Mesmo assim, o grupo se mobilizou e arrecadou muitos donativos e foram levá-los na casa da “mulher risonha”. Lá chegando, depois de muita dificuldade de acesso o grupo encontrou, como havia dito, um casebre e nos fundos desse outro casebre de madeira mais pobre ainda. Ao entrar na casa os membros se depararam com um ambiente bastante limpo, com poucos utensílios cerca de duas ou três panelas brilhando na parede. Mas, o que chamou atenção mesmo foi o piso todo atapetado com carpetes. Diante do espanto de todos a mulher se antecipou em esclarecer que os carpetes foram recolhidos do lixão e colocados para evitar que o filho comesse a terra do chão! Essa história foi contada pela líder do grupo que visitou a “casa da pobreza atapetada” há trinta anos atrás. Hoje a líder, com então setenta anos, permanece com a mesma disposição de antes. Agora está fazendo cursos de reciclagem de material e o uso da Internet para terceira idade. Perguntei a ela se as coisas melhoraram por lá em sua comunidade, e ela me respondeu com um grande sorriso e convicção: “sim! Agora as coisas estavam melhores, agora tem mais gente trabalhando”.
Pedro Manoel

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro de 2001 a 2009...

Nos tempos da escola sempre que estudava a matéria História minha mente “viajava” para os fatos e locais relatados nos livros. E ficava pensando como seria viver em tais épocas. Lembro que o que mais me intrigava era as divisões das épocas por fatos importantes ocorridos. Nas minhas “viagens” ficava torcendo para viver o bastante para presenciar um fato histórico divisor de períodos. E o tal dia tão esperado chegou numa manhã de 11 de setembro de 2001. Nesse dia liguei a televisão por volta das 11h e vi umas imagens que mais parecia cenas de catástrofes dos filmes americanos. E de fato eram cenas americanas, mas só que bem reais! Demorei a entender o que estava ocorrendo, pois tudo era muito confuso, havia muita tragédia. Os noticiários desencontrados informavam que era um ataque terrorista, mas não tinham muita certeza. Afinal quem se atreveria em atacar os Estados Unidos a maior potencia do planeta? Diante das imagens pensei que havia eclodido a 3º guerra mundial e que a guerra chegaria ao Brasil a qualquer momento. Nas ruas todos se perguntavam o que seria do mundo a partir daquele dia, pois mesmo que não houvesse uma guerra imediata o clima de terror estava espalhado nos quatro cantos do mundo. A segurança do planeta estava ameaçada e todos passaram a entender de fato o que é viver sob a ameaça de uma guerra iminente. Pensava-se em retaliação americana na forma de bombas atômicas capazes de varrer países inteiros, afinal a América já havia usado tais métodos anteriormente. Aos poucos os noticiários começaram a informar com mais clareza os fatos ocorridos, tratava-se de atentados suicidas coordenados pela Al-Qaeda, uma organização fundamentalista internacional, constituída por células colaborativas e independentes que visavam reduzir a influência não-islâmica sobre assuntos islâmicos, liderada por Osama Bin Laden. Com os atentados, o líder terrorista passou a ser o inimigo número um dos Estados Unidos e o Afeganistão foi imediatamente invadido pelas tropas americanas a caça dos culpados. Como justificativa para invasão a Casa Branca alegou garantir a segurança mundial. Passado oito anos, felizmente, a terceira guerra mundial não ocorreu, mas a guerra continua no Afeganistão com um saldo de milhares de mortos afegãos, outros tantos de vidas de civis e soldados americanos e um mundo mais temeroso. Vivi meu fato histórico, mas nem de longe foi isso que tanto esperei.
Pedro Manoel