sexta-feira, 24 de julho de 2009

À mestra Susana Schmidt: saudades


“Que é que há einh?!!” Esse era o bordão que a professora Susana Schmidt utilizava para pedir silêncio na sala de aula. Quando ela falava com seu vozeirão e característico sotaque sulista todos prestava atenção. Era praticamente impossível desviar o olhar daquela figura imponente, alta, esguia, loira, olhos verdes, às vezes azuis não sei ao certo. Na sala de aula dominava com maestria as disciplinas que lecionava. De personalidade marcante algumas vezes, demonstrava irritação a certas perguntas tolas dos alunos, mas nunca deixava de respondê-las. Ainda lembro da primeira vez que a vi nos corredores do Centro de Artes e Comunicação... “Bom dia senhores!” Bom dia, respondo eu e mais dois colegas de curso. Ao passar fiquei meio "intrigado" e pensei comigo mesmo, que figura! Pouco depois, Suzana entrava justamente na sala para nos dar a primeira aula. Schimidt nos ensinou mais dois períodos no curso de Biblioteconomia. Hoje ao abrir o e-mail, fiquei surpreso com a notícia de seu falecimento. Passado o susto, me peguei saudoso dos tempos de faculdade e das aulas de Susana. Depois da formatura não tive muitos contatos com a professora, mas sempre que lembrava da época da graduação, do departamento de Ciência da Informação, dos professores, lembrava da Sra. Schimidt. Lembro de Susana principalmente como exemplo de mestre e de pessoa humana e essa é a imagem que ficará. Obrigado mestra. Saiba que você cumpriu com sua missão na arte e no ofício de ensinar. Saudades. Descanse em paz.
Pedro Manoel

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Viagem lunar e o preço da informação


A informação científica e tecnológica comemora com júbilo os 40 anos da primeira viagem do homem a Lua. Tal feito merece de fato a comemoração, pois a partir de então teve início uma nova postura do sistema produtivo diante da informação. Percebeu-se que com planejamento e informações precisas seria possível não apenas vencer obstáculos iguais à viagem lunar, mas também produzir novos e lucrativos bens e serviços. Nesse contexto, a informação passou a ser entendida como um bem em si próprio e, portanto de possível mensuração e agregação econômica. Surgia no linguajar financeiro um termo novo: Valor agregado da informação. Isto é, o valor de uma pesquisa (prospecção de informação) na elaboração, produção e distribuição de um novo produto ou serviço. Há quarenta anos atrás o desafio do sistema produtivo era convencer o consumidor final do custo da informação agregado aos produtos. Atenta as oportunidades, a imperiosa indústria farmacêutica se valeu da idéia e foi à pioneira a utilizar os recursos da informação para explicar os preços dos remédios de acordo com a quantidade e a qualidade das pesquisas empregadas. Em todo mundo tiveram início à construção de unidades estratégicas de informação e pesquisas especializadas nos mais variados campos. Afinal a demanda por novos itens justificava o investimento do mercado. Quatro décadas se passaram, o homem tornou a Lua um roteiro habitual, planeja-se ir a Marte. No entanto, ainda não há uma forma precisa de mensuração do exato valor da informação. Há claro, como saber os honorários de um pesquisador, os valores dos objetos e equipamentos envolvidos nas pesquisas, mas quanto ao valor dos resultados finais? Quanto vale a resposta para as questões científicas? Ou quanto custará o preço da vacina da gripe H1N1? Bem... Sabe-se que a informação também salva vidas.
Pedro Manoel